Mercado de milho segue lateralizado no Brasil com produtor administrando as vendas

Publicado em 19/09/2025 12:14
Tendência de grandes produções pelo mundo pode trazer pressão extra ao mercado e impactar exportações brasileiras
Roberto Carlos Rafael - Germinar Corretora
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Mercado de milho segue lateralizado no Brasil com produtor administrando as vendas

O mercado do milho no Brasil segue lateralizado mesmo com a colheita da safrinha praticamente finalizada. Segundo Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, o produtor tem administrado as vendas de forma cautelosa, entregando apenas volumes necessários e aproveitando o consumo interno, especialmente das usinas de etanol, que já formam estoques para o período de entressafra.

Além disso, as exportações brasileiras permanecem fracas, limitadas pelo câmbio e pela resistência do produtor em aceitar os preços praticados nos portos, hoje na faixa de R$ 65,00 a R$ 66,00 por saca. A expectativa é que o país exporte cerca de 40 milhões de toneladas em 2025, abaixo do necessário para reduzir os estoques internos. Esse cenário pode gerar pressão adicional no início de 2026, quando haverá concorrência por espaço de armazenagem com a safra de soja.

Por outro lado, a demanda de indústrias de ração e do setor de etanol tem garantido suporte às cotações, impedindo quedas mais acentuadas. Só em 2025, o consumo pelas usinas deve superar 24 milhões de toneladas, podendo chegar a 30 milhões em 2026, à medida que novas unidades entram em operação. Esse movimento ajuda a absorver parte da produção e equilibra a disputa entre exportações e o mercado doméstico.

Mercado Externo

No cenário internacional, os Estados Unidos caminham para colher uma safra recorde, próxima de 430 milhões de toneladas, o que deve elevar os estoques em mais de 20 milhões de toneladas. Além disso, Ucrânia e Argentina também devem ofertar volumes maiores, aumentando a concorrência.

Em Chicago, os preços ainda encontram algum suporte na forte demanda de exportações norte-americanas e na fraqueza do dólar, mas a tendência é de pressão conforme a colheita avança — até o momento cerca de 10% da área já foi colhida. A expectativa é de que a ampla oferta global mantenha os preços internacionais sob pressão nos próximos meses.

Confira a íntegra da entrevista no vídeo

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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