Em dia de tensão no mercado financeiro, alta forte do dólar chama atenção para o impacto sobre os custos de produção no Brasil

Publicado em 24/08/2015 11:45
Em dia de tensão no mercado financeiro, alta forte do dólar chama atenção para o impacto sobre os custos de produção no Brasil, que podem ser elevados. Momento, porém, é de especulação e de poucos negócios. Acompanhe e análise de Telmo Heinen.

Mesmo com a queda das commodities no mercado internacional, influenciada para derrocada da bolsa chinesa que registrou queda de 8,5%, o pior resultado desde 2007, os preços no mercado interno segue firmes puxados pela valorização do dólar.

A soja disponível nos portos de Rio Grande e Paranaguá está negociada a R$ 77,00/sc, e no mercado futuro a cotação somada ao prêmio chega a R$ 72,00 a saca de 60kg. Segundo o analista Telmo Heinen, os valores de comercialização da soja ainda são satisfatórios, o que tem preocupado são os produtores que não realizam a compra antecipada dos insumos para a safra de verão e agora sofrem com os altos custos puxados pelo dólar.

Outro entrave que tem preocupado os produtores é a demora na liberação do crédito do Plano Safra 2015/16. A menos de um mês do início do plantio da nova safra, produtores de soja se queixam de dificuldades para obter empréstimos para custear a produção. Além disso, de acordo com o analista "aqueles agricultores que estão devendo resistem em fazer o pagamento, porque não tem a certeza de que serão contemplados com o novo financiamento, e isso por si só retarda as liberações em duas a três semanas", pondera.

Sementes

Uma comissão do Ministério da Agricultura foi instalada em julho para analisa as propostas de alteração da Lei de Proteção de Cultivares (Lei 9456/97). O projeto principal (PL 2325/07) condiciona a venda de produtos agrícolas à autorização expressa do detentor da patente da cultivar utilizada para o plantio.

Outra proposta (PL 827/15) torna obrigatória a autorização, pelos obtentores de cultivares, para a comercialização do produto obtido na colheita, a fim de ampliar as possibilidades de controle e fiscalização sobre o uso de sementes melhoradas, garantindo a devida remuneração ao obtentor ou seu licenciado.

A alegação da proposta é tentar coibir a crescente comercialização de sementes piratas. Para Heinen, "tendo em vista os desvios, as empregas acabam cobrando de mais daqueles que pagam em detrimento de quem quer burlar a lei", considera.

A Lei de Proteção de Cultivares, de 1997, estabeleceu a obrigação de pagamento de royalties pelos agricultores em troca da permissão do plantio de novas cultivares, como as geneticamente modificadas. O plantio não autorizado pode resultar em indenização.

Por: João Batista Olivi e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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