Herança maldita. Como o governo do PT vai deixar a economia para o sucessor em caso de confirmação do impeachment

Publicado em 18/04/2016 13:02
Dívida pública cresce 187% durante governos Lula e Dilma e Agronegócio já sente impactos da crise

Com a aprovação da admissibilidade do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, o procedimento que pode resultar no afastamento da presidente Dilma Rousseff será encaminhado ao Senado Federal para que a cúpula da Casa dê seguimento ao caso.

Inicialmente o Senado deverá formar uma comissão especial para a elaboração de um parecer prévio sobre o impedimento, que necessidade de maioria simples. Caso aprovado nesta primeira fase, a presidente Dilma Rousseff, já será afastada por 180 dias, enquanto o processo tramitar na Casa.

O economista da Farsul (Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul), Antônio da Luz, ressalta que Dilma deixará como herança uma dívida pública de trilhões, caso o Senado também aprove o impedimento da presidente. "A crise econômica é resultado de vários anos de uma política errada, onde o Banco Central não teve autonomia e os gastos foram superiores as arrecadações", destaca.

Segundo Da Luz, ao longo dos anos o Brasil manteve o superávit primário, ou seja, com arrecadação acima das despesas, sendo possível pagar os juros da dívida pública. Assim, à medida que a dívida subia o PIB (Produto Interno Bruto) também acompanhava esse crescimento, mantendo a relação dívida vs PIB estabilizada.

No entanto, a partir do governo Dilma, através das pedaladas fiscais, foi gerado um déficit de 17 bilhões com empréstimos irregulares dos bancos. Essa prática de crédito era comumente utilizada em outros governos, porém com a aplicação do Proes (Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária) essas manobras passaram a ser consideradas crime de responsabilidade fiscal, portanto, passiveis de impedimento do governo.

Dados econômicos mostram que no inicio da era PT o país gastava 183 bilhões de reais com pagamento de juros da dívida, enquanto que no ano passado foram gastos 397 bilhões com os juros.

"Diante desse cenário é projetado para esse ano um rombo de mais R$ 79 bilhões e para 2017 de 65 bilhões de reais. Ou seja, o Brasil que gerava superávit passou a gerar déficit na sua relação", explica o economista.

Segundo ele, somente no ano passada a dívida interna brasileira cresceu 25%. Quando assumiu o ex-presidente Lula, em 2003, o saldo devedor era de R$ 837 bilhões, passando para R$ 2,6 trilhões até 2015.

"Os investimentos necessários para o Brasil devem ser privados, não adianta pegarmos um monte de dinheiro e jogar na economia, aumentando o gasto público, isso só geraria mais inflação. Essas coisas precisam vir por força das empresas e não do governo. É preciso ter um calendário e regras de investimentos sustentáveis e duradouras", considera Luz.

Para o economista será necessário realizar um esforço fiscal - redução de gastos - nos próximos quatro anos para que a dívida pública dê sinais de quedas e, a economia volte a mostrar dados positivos.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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