Cenário econômico pós Impeachment depende de aprovação de medidas. Retomada de crescimento será lenta

Publicado em 31/08/2016 18:00
Dólar está próximo de um piso com confirmação do impeachment, mas pode voltar a subir com cenário internacional e possibilidade de alta de juros nos EUA

Após a confirmação de impedimento na continuidade do governo Dilma Rousseff nesta quarta-feira (31), a população brasileira se pergunta qual o real efeito a medida para a economia no curto e médio prazo.

Sofrendo a sexta queda consecutiva o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro fechou com recuou de 0,6% no segundo trimestre de 2016, sendo a pior retração sofrida pelas principais economias globais no período.

A esperança é que com a posse definitiva do presidente Michel Temer, enfim, a econômica do Brasil passa voltar à escala crescente. No entanto, o economista Jason Vieira, alerta que a recuperação dos índices dependerá da aprovação das medidas necessárias no Congresso Nacional.

Em prioridade está a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que define um teto para os gastos públicos. "A dívida do governo anterior deve continuar crescente por pelo menos mais um ano, portanto o controle dos gastos é fundamental", lembra Vieira.

Em sua posse, Temer, defendeu em cadeia nacional nesta a imposição de um limite para os gastos do governo e a realização das reformas da Previdência e da legislação trabalhista.

Jason afirma que a capacidade da equipe econômica nomeada pelo presidente é incontestável, porém, a habilidade política de Temer "será fortemente testada nos próximos meses", já que a PEC precisa ser votada ainda neste ano.

Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o crescimento de 1,6% no Produto Interno Bruto (PIB), previsto para o próximo ano, permitirá que a equipe econômica obtenha os recursos por meio de outras medidas.

Já no longo prazo, o economista considera que o governo deverá medir seus esforços para manter o crescimento do Brasil acima de 2% [ainda baixa se comparada aos demais países emergentes].

Câmbio

O câmbio que vem se mantendo na faixa de R$ 3,20 nos últimos meses, também poderá sofrer impactos relacionados a troca de governo. Conforme explica Vieira, "com a conclusão o impeachment o mercado deve se voltar a partir de agora para os Estados Unidos que tem perspectiva de elevação de juros."

Dessa forma, há uma perspectiva de elevação na taxa de câmbio até o final do ano. Porém, o economista lembra que "quando o FED [banco central norte-americano] começa a avisar sobre um possível aumento, de certa forma já está reduzindo o impacto da alta do dólar."

Portanto, Jason acredita que o dólar possa alcançar os R$ 3,65 no final do ano.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa fecha em alta com dados de inflação no Brasil e nos EUA
Wall Street fecha em alta com avanço de ações de megacapitalização de tecnologia
Dólar fecha em queda de 0,94%, a R$5,1168 na venda; moeda perde 1,58% na semana
Taxas futuras de juros recuam após dados de inflação de Brasil e EUA
Petróleo sobe com tensões no Oriente Médio, problemas econômicos restringem ganhos