Brasil começa o ano atravessando a pinguela

Publicado em 02/01/2017 12:20
Boletim Focus aponta queda na inflação e crescimento de 0,5% em 2017. E segundo João Batista Olivi, esse pequeno crescimento é melhor do que o recuo de 3,4% de 2016. Quais as suas expectativas?

Direto do interior de São Paulo, na região de Artur Nogueira, o jornalista João Batista Olivi, do Notícias Agrícolas, mostra a ponte que liga o local ao bairro de Mato Dentro e conecta o seu simbolismo à mensagem do governo, "que pretende construir uma ponte para o futuro".

Ele diz que uma ponte como a apresentada, uma pinguela, é símbolo deste momento do Governo Temer. "Estamos atravessando a pinguela", diz. "É uma ponte mixuruca, mas não podemos deixar que balancem ou destruam a nossa pinguela. É a nossa única ponte rumo ao futuro".

Com isso, ele liga também a história da própria ponte com o momento atual. A ponte foi refeita várias vezes, mas só agora permite o tráfego do ônibus escolar. Para ele, a situação "exemplifica bem o regime de confusão no Brasil", pois os vizinhos tentaram refazer a ponte por conta própria e não conseguiram, por conta de divergências. A situação "virou confusão", precisando que o poder público viesse e construísse a ponte "com um mínimo de segurança".

Se utilizando da metáfora, ele aponta que o Brasil precisa de segurança definitiva. Ele destaca que o problema está no sistema político, o que resulta na economia, destacando que, a partir deste momento, o Governo Temer deve criar condições para a iniciativa gerar emprego. Ele lembra que "estamos tentando sair do desastre" e que a inflação está sendo contida - o último Boletim Focus aponta que a inflação está indo para o centro da meta, projetando inflação abaixo de 0,5% em 2017.

Destacando também a sua visão editorial, João Batista aponta que diminuir o tamanho do estado seria uma solução. Criar comunidades produtivas, onde os próprios integrantes poderiam resolver suas vidas. "Vamos lutar por um estado menor, mais enxuto, onde o dinheiro fique com a sociedade e vamos decidir se vamos viver de pinguelas ou construir uma ponte para o futuro duradoura, com menos estado", conclui.

2016: O ano do despertar dos "otários", por Rodrigo Constantino

Último dia de 2016, um ano que muitos querem ver para trás, de preferência esquecido. A maioria formada por gente de esquerda. É claro que a aguda crise econômica brasileira, com seus 12 milhões de desempregados nas costas, impede uma comemoração muito grande deste ano que se encerra. Fruto das incríveis trapalhadas ideológicas, da incompetência e da infindável corrupção do PT, a crise serviu como um banho de água fria – ou melhor: gelada -, durante os 365 dias corridos do ano. Mas há, sim, muito o que celebrar, apesar disso.

A começar pela própria reação da esquerda. Quanto mais jurássica essa esquerda, maior o pânico que demonstra publicamente. Foi um annus horribilis para essa turma, o que já prova que não pode ter sido de todo ruim para seres decentes e pensantes. Se o PT, o PSOL, o PCdoB, a UNE, a CUT, o MST, os socialistas em geral e os “jornalistas” da GloboNews estão em prantos, então coisas boas devem ter acontecido. E, de fato, aconteceram.

O Brexit tem sido lamentado por muitos que, da noite para o dia, tornaram-se defensores da globalização. É claro que não defendem a globalização liberal coisa alguma, e sim uma visão globalista do mundo, ou seja, mercados cada vez mais controlados pelos estados, de preferência caminhando na direção de um estado global, com George Soros nos bastidores puxando os fios como de uma marionete.

A vitória de Trump foi outro marco desse mesmo fenômeno: a elite aprisionada na bolha não entendeu até agora o grito de protesto dos americanos, que não foram contra a globalização em si, mas contra o establishment “progressista”. E essa vitória expôs todas as mentiras da grande imprensa, seu viés, sua torcida, tudo disfarçado de jornalismo isento. Tiveram que criar esse papo de “pós-verdade” só para esconder a perda do monopólio da mentira. Momentos divertidos, portanto, ver a choradeira dessa patota ridícula.

O acordo de “paz” com os terroristas das Farc sendo rejeitado pela população foi outro acontecimento positivo e hilário em 2016. Os “especialistas” tendo que engolir que o “homem comum” não considera inteligente negociar a “paz” se ela significar se curvar de costas diante de marginais foi algo sensacional.

Mas tivemos, claro, as tragédias na Síria, as com maior destaque, a Venezuela implodindo de vez, e a continuação de problemas graves pelo mundo todo, na maioria dos casos um resultado de políticas defendidas pela esquerda, como o socialismo, o multiculturalismo, o desarmamento de civis, o estado controlador etc. O mundo, definitivamente, não é um parque de diversões infantil onde a retórica pomposa impera sobre a natureza humana, como os “progressistas” gostam de acreditar.

E, voltando ao Brasil, tivemos o impeachment de Dilma Rousseff, a pior presidente de toda a nossa história, uma figura abjeta que inacreditavelmente chegou ao poder, em tempos de profundo sonambulismo dos eleitores. Como não aplaudir um ano em que alguém como Dilma é enxotada do poder, com o massacre do PT se seguindo nas urnas? “Só isso” já é motivo para festejar com a melhor champanhe que seu bolso for capaz de comprar.

Mas não foi “só isso”. O governo Temer, justiça seja feita, iniciou um processo de reformas necessárias, que tinham sido completamente abandonadas pelo PT. Colocou gente séria na economia e no comando de estatais, comprou briga com os sindicatos para flexibilizar as leis trabalhistas obsoletas, aprovou a PEC do Teto para limitar gastos públicos, e pretende até desarmar o esquema da UNE e do PCdoB na emissão de carteiras de estudante. Pode estar aquém do que desejamos e precisamos, mas o governo Temer fez mais em poucos dias do que o PT em quase 14 anos, o que nem é tão difícil, uma vez que o PT só fez cagada e destruiu o país.

E a Folha, hoje, publica dois artigos antagônicos justamente sobre uma retrospectiva de 2016, o favorável assinado por Janaina Paschoal, e o desfavorável por José Eduardo Cardozo. Uma mulher de garra que ajudou na luta pelo impeachment, e o petista que fez de tudo para defender o indefensável. Como ainda ter dúvidas de qual lado tomar? Janaina, inclusive, chegou a mencionar Ayn Rand em seu texto: 

Além de quebrar o círculo vicioso e o verdadeiro compadrio que existia, o processo de impeachment permitiu a conscientização acerca da importância da responsabilidade fiscal. Não foi por coincidência que, em outras esferas de poder, os órgãos de controle passaram a funcionar com maior severidade -basta olhar o número de procedimentos e até de prisões a alcançar governadores, ex-governadores, prefeitos e ex-prefeitos.

O descortinar dos ajustes estabelecidos entre governo e empreiteiras, inclusive com remessa de bilhões de dólares ao exterior, salvo entre os crentes do petismo, deitou por terra a falácia de que Lula e Dilma seriam perseguidos políticos. Se antes eram vistos como pais dos pobres, ficou claro terem sido mães para os ricos.

[…]

Nota-se que, ao mesmo tempo em que deixa de aceitar a corrupção institucionalizada, o povo brasileiro passa a questionar benesses incompatíveis com repúblicas muito mais ricas que o Brasil. Em suma, não vamos ficar calados nem diante das ilegalidades nem frente às imoralidades.

Sempre foi muito cômodo aos poderosos fazer menção ao nosso povo como cordato e conciliador, pois o cordial costuma ser submisso.

Diversamente do alardeado, 2016 não foi o ano perdido. O cidadão comum, ainda que assustado com a lama que eclodiu, voltou a acreditar que é possível tomar as rédeas do destino do país.

Parafraseando a escritora Ayn Rand em seu clássico “A Revolta de Atlas”, penso que 2016 foi o ano da revolta dos otários, aqueles que trabalham para pagar os tributos, até então, sem direito a opinar.

Um povo maduro enxerga sua realidade, por pior que seja, a fim de transformá-la. Este foi o ano de diagnosticar a difícil realidade; 2017 pode ser o da transformação.

Desejo a todos um ano novo com os pés no chão e os olhos bem abertos! A meta é impedir que volte a imperar o silêncio da cumplicidade. Nos corações, que reine a tranquilidade de que é certo fazer o certo.

Sim, concordo com ela: foi ano da revolta dos “otários”, aqueles que a esquerda enxerga como mascotes ou vacas leiteiras. Cansamos dessa elite podre mancomunada com o governo, desses “intelectuais” que defendem o socialismo, dos artistas engajados que só querem mamar nas tetas estatais, dos empresários incompetentes que só pensam em privilégios. Um ano que colocou essa turma toda na berlinda, que deu um baita calor nessa gente, não pode ter sido um ano ruim.

Um ano de derrotas para Obama, Hillary, Lula, Dilma, Farc, Soros e companhia, só pode ser um ano positivo. Um ano em que o maior tirano da América Latina finalmente bateu as botas e foi assombrar o Capeta no inferno só pode ser um ano positivo. Claro, morreu muita gente boa também, como ocorre todo ano. É da vida. Mas há muita coisa a ser celebrada nesse 2016 que termina hoje.

E que 2017 seja ainda melhor, com mais derrotas para a esquerda, com mais despertar dos “otários”.

 

Veja ainda:

>> Boletim Focus: Mercado estima inflação de 4,87% e PIB de 0,5% em 2017

>> No Brasil, crescimento corre risco em 2017 após dois anos de recessão

>> O Globo: Economia global deve acelerar em 2017, mas incertezas são grandes em todo o planeta

Por: João Batista Olivi
Fonte: Notícias Agrícolas

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