Após homologação, Planalto revela ansiedade com impacto das delações da Odebrecht
BRASÍLIA — Após a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, homologar as 77 delações de executivos da Odebrecht, o Palácio do Planalto espera agora que seja levantado o quanto antes o sigilo do material, vindo a público os nomes de todos os políticos citados nos depoimentos. Na avaliação de auxiliares do presidente Michel Temer, é melhor para o governo sofrer um grande impacto de uma única vez com o que vier a público, do que ficar refém de vazamentos a conta-gotas durante meses e sem condições de avaliar quem de fato precisa ser afastado.
Segundo interlocutor do Planalto, o desgaste ao núcleo do governo será inevitável. Com isso, seria melhor que os prejuízos ocorressem de uma só tacada, em fevereiro, antes de a Câmara e o Senado se debruçarem sobre as reformas trabalhista e da Previdência.
— Vazamento seletivo é roleta russa, você nunca sabe quem vai ser atingido. Isso deixa o governo sangrando, atrapalha a economia do país e a agenda de votações — diz um assessor presidencial.
Se perdurar o sigilo, disse um auxiliar de Temer, a tendência é que sejam vazadas informações relacionadas a políticos em evidência, no momento, o que pode afetar inclusive os novos presidentes do Senado e da Câmara, que devem ser eleitos amanhã e quinta-feira, respectivamente.
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