ANÁLISE: A culpa foi de Marisa (por ELIANE CANTANHÊDE, no ESTADÃO)

Publicado em 10/05/2017 13:07 e atualizado em 10/05/2017 16:07
Lula em Curitiba e o espetáculo midiático , que momento triste das nossas vidas !!!
E MAIS: Mulher emerge como ‘investidora’ (por VERA MAGALHÃES, em O ESTADO)

Como estava escrito nas estrelas, o ex-presidente Lula disse que não pagou pelo triplex, não estava interessado nele, não poderia nem ir à praia (“só às segundas-feiras e nas Quartas-feiras de Cinzas”), “Dona Marisa” não gostava mesmo de praia e, afinal, o apartamento era pequeno e cheio de defeitos. Ah! E Lula não sabia de nada do que ocorria na Petrobrás nem no PT.

Então, quem sabia alguma coisa? Lula jogou o apartamento no colo da mulher dele, que já morreu e agora está no centro da Lava Jato. Marisa Letícia é quem estava interessada no triplex (para investimento?) e Lula só soube depois que ela tinha ido lá com o filho, mesmo depois da desistência da compra. Essas mulheres...

Moro não se intimidou e fez perguntas curtas, diretas, respaldadas por agendas, datas, fatos. Lula, ao contrário, parecia inseguro, sem a fluência e as sacadas típicas dele. Recorreu o tempo todo a “não sei”, “não lembro”, não tinha obrigação de saber que Renato Duque “operava” para o PT na Petrobrás e que Pedro Barusco roubava tanto que pôde devolver US$ 100 milhões à justiça.

O depoimento foi, tecnicamente, sobre o triplex, mas ele é só uma das materializações das relações promíscuas entre o ex-presidente e as empreiteiras. Por isso, Moro fez várias perguntas sobre Duque, Barusco e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Mais do que o triplex, o que complica Lula é o encontro com Duque num hangar em São Paulo. O que um ex-presidente queria com um ex-diretor da Petrobrás? E por que pediu a mediação de Vaccari, que nem era do governo nem da Petrobrás? Segundo Duque, Lula foi pedir para anular provas. Mas Lula disse que só queria saber se era verdade que Duque tinha contas milionárias no exterior. Ficou claro que, como não poderia negar o encontro, Lula adocicou a verdade. Adivinha com qual versão a Justiça trabalha?

ANÁLISE: Mulher emerge como ‘investidora’ (por VERA MAGALHÃES, em O ESTADO)

As inconsistências da defesa e o truque de terceirizar para alguém que morreu e, assim, não é mais parte do processo não parecem ser um caminho jurídico seguro

Mais uma vez, Luiz Inácio Lula da Silva não sabia de nada. Antes foram Delúbio Soares, Silvio Pereira, José Dirceu e os “malfeitos” do mensalão. Depois, os “aloprados” do dossiê contra os tucanos em 2006. Agora, o triplex: sua mulher, Marisa Letícia, a despeito de “odiar” praia, visitou o apartamento no Guarujá mais de uma vez, desejava adquiri-lo para “investimento”, mas não conversava com o marido sobre isso, nem sobre a eventual troca de uma cota de unidade simples pelo triplex.

“Eu não sei” foi a frase mais dita por Lula em suas cinco horas de depoimento diante do juiz Sergio Moro. Semblante crispado, nervosismo patente em cacoetes como cofiar o bigode, abrir e fechar compulsivamente as pernas dos óculos de leitura, beber sucessivas garrafas de água, folhear (sem ler) o calhamaço de papel à sua frente e arrumar o nó na gravata, como se o tivesse apertando, eram gestos a indicar um animal político fora de seu hábitat.

Mas embora não tenha conseguido transformar o interrogatório num comício, como fizera em seu primeiro depoimento como réu, em Brasília, Lula teve seus momentos. Ao dizer a Moro que, por ser quem é, só poderia frequentar a praia no Guarujá “às segundas ou na quarta-feira de Cinzas”, ao perguntar ao juiz se não sabia se ele já tinha enfrentado um vendedor de imóveis ou ao pintá-lo como um “jovem” sem paciência com um “velho”, estava lá a raposa dos palanques.

Mas isso pouco ou nada pode ajudar a situação jurídica de Lula. Nesse campo, o que se viu, depois de meses clamando por “provas”, foi o ex-presidente tergiversar. Diante de documento de 2004 de opção de compra do apartamento, apreendido em seu apartamento em São Bernardo, chegou a insinuar que o papel pode ter sido “plantado”. Flagrado em contradição sobre as circunstâncias das visitas ao triplex, de novo recorreu a dona Marisa para deixar sob sua responsabilidade toda a transação do imóvel. As inconsistências da defesa e o truque de terceirizar para alguém que morreu e, assim, não é mais parte do processo não parecem ser um caminho jurídico seguro para alguém que tem um séquito de advogados à disposição e armou um circo político para posar de vítima de perseguição. Diante das câmeras, o Lula bravateiro deu lugar a outro, acuado e hesitante. Entende-se a celeuma em torno do ângulo de filmagem do depoimento.

Lula X Moro 1: Documento de adesão à cota sem nenhuma assinatura

Ex-presidente diz que Marisa, sua mulher, adquiriu a cota em 2005. Documento sem assinatura, apreendido na casa de Lula, é de 2004. Petista não o reconhece (no blog de Reinaldo Azevedo)

Lula X Moro 2: Petista afirma que o MPF dá satisfação à imprensa

Embora exista inquérito que trata do sítio de Atibaia, Moro e procuradores insistem em tratar das duas questões ao mesmo tempo 

Lula X Moro 3: “Léo: 23 anos de cadeia; delator: vida de nababo”

Ex-presidente afirma que delatores saem acusando a esmo para se livrar da cadeia

Lula X Moro 4: A enrolada relação Vaccari-Duque e aquele encontro

Ex-presidente se atrapalha ao explicar por que pediu ao tesoureiro do PT que marcasse encontro com um diretor da Petrobras

Lula X Moro 5: “O que está em julgamento é um jeito de governar

Ex-presidente reclama que não foi convidado para inauguração de Abreu e Lima, e Moro responde que ele tem de reclamar com Dilma

Lula X Moro 6: Juiz aborda tema alheio a imóvel; petista se cala

Magistrado decide fazer perguntas a ex-presidente até sobre a sua avaliação sobre o mensalão. E um chilique inaceitável de um advogado da Petrobras

Lula X Moro 7: Para MPF, ex-presidente é só “Sr. Luiz Inácio”…

Até o juiz Sérgio Moro recomenda ao procurador Roberson Pozzobon que mude o tratamento

Lula X Moro 8: “Soubesse que acervo daria nisso, largaria por lá”

Petista responde sobre o pagamento feito pela OAS para transportar acervo de presentes

Lula X Moro 9: “João Vaccari não devia nenhuma explicação a mim”

Ex-presidente afirma que tesoureiro era da Executiva Nacional do PT, e ele, Lula, não!

Lula X Moro 10: Fim – “Eu sou vítima de uma uma caçada jurídica”

Segundo ex-presidente, ele é perseguido pela imprensa. Moro interrompe “palavras finais” de Lula

 

Depoimento de Lula a Sérgio Moro ganha repercussão internacional (no ESTADÃO)

O depoimento do ex-presidente Lula ao juiz federal Sérgio Moro nesta quarta-feira, 10, em Curitiba ganhou destaque em portais de notícias internacionais. As matérias tratam do embate político entre os dois e dos protestos no Brasil.

O jornal italiano 'La Repubblica' disse que "o dia da verdade chegou" e o confronto esperado entre Lula e Moro vai acontecer. O ex-presidente é acusado de ter recebido vantagens após favorecer a empreiteira OAS.  "O caso virou uma grande dor de cabeça", destaca.

O La Repubblica fala ainda que o partido convocou milhares de militantes para a ocasião.  

A BBC ressaltou que o depoimento vai influenciar o destino de Lula, lembrando que o petista é o candidato favorito para as próximas eleições presidenciais. Por isso, o portal afirma que Lula não estará falando apenas para o juiz. "As suas palavras serão medidas para passar a mensagem certa aos eleitores em todo o País".

Já o jornal Clarín, da Argentina, diz que o Brasil está sob tensão por causa do "explosivo encontro", que virou o assunto do dia. O depoimento é o momento para que o juiz Sérgio Moro prove suas hipóteses sobre a culpa do reú. E Lula deve demonstrar que as suspeitas são "artimanhas judiciais" que escondem uma perseguição política. 

O Le Monde, da França, também afirma que a audiência pode sufocar as ambições de Lula de retornar ao poder, afirma. Nos arredores do local onde "o ícone da esquerda latino-americana" presta depoimento, há "barreiras, dezenas de policiais e milhares de simpatizantes do ex-presidente, que estão sendo mantidos a distância".

O The Guardian trouxe fotos de Lula com uma bandeira do Brasil na mão, acompanhado de militantes do PT, a caminho do tribunal. Segundo o jornal inglês, o encontro entre Lula e Moro dividiu o Brasil.

Na matéria que recebe destaque no portal, Moro é citado como um heroi nacional por prender os ricos e poderosos envolvidos em escândalos de corrupção. The Guardian afirma, ainda, que se o ex-presidente for preso,  "será uma extraordinária queda para um homem que transformou o Brasil durante seus oito anos na presidência".

Apoio reduzido nas ruas reflete limite de Lula (análise da FOLHA, por IGOR GIELOW) 

Bruno Santos/ Folhapress

IGOR GIELOW

Luiz Inácio Lula da Silva apostou no embate com o juiz Sergio Moro, que vinha até aqui mordendo as iscas lançadas pela defesa do petista e posicionando-se no imaginário das redes sociais como antípoda do ex-presidente.

As cenas anticlimáticas registradas nas ruas de Curitiba nesta quarta (10), contudo, contaram uma história bem diferente.

Lula fez uma parada para a "photo opportunity" junto ao "povo", uma concentração bem modesta de militantes organizados, políticos petistas e senadores enrolados na Lava Jato que enforcaram a quarta-feira de trabalho.

Nada da presença maciça do "Exército do Stédile", embora o líder do MST lá estivesse com um contingente visivelmente menor do que as dezenas de milhares prometidas em apoio ao ex-presidente. Aqui e ali, manifestantes com camisetas da CUT empunhando faixas; fosse em São Paulo, a presença certa seria de militantes do MTST.

Ainda que Curitiba seja usualmente hostil ao PT, essa associação aos estratos organizados do campo à esquerda parece acompanhar o crescente isolamento de Lula como figura de proa desse canto do espectro político.

Intelectuais e artistas simpáticos ao petismo vêm acumulando críticas ao ex-presidente à medida em que surgem novos relatos da relação de Lula com os malfeitos apurados no petrolão.

Até aqui, esse é um movimento na vanguarda do lulismo, por assim dizer. O ex-presidente segue sendo o político mais popular do país, e as franjas de apoio a Lula no eleitorado permanecem fortes, como a mais recente pesquisa do Datafolha mostrou.

Mas mesmo lá, se lidera todos os cenários de primeiro turno na casa dos 30%, Lula claramente tem os limites para sua postulação estabelecidos: até Moro, que não é candidato a nada, o bate numericamente numa simulação de segunda rodada.

A rejeição de 45% e o fato de que seu eleitorado refluiu no campo da classe média e de maior escolaridade sugerem essa volta de Lula ao nicho de onde saiu.

Como disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em entrevista recente à Folha, Lula parece ter perdido esse eleitor médio que havia conquistado em 2002 com a guinada ao centro e fidelizado com a bonança econômica que marcou seu segundo mandato.

Com público mais limitado, Lula aposta então no discurso de que é perseguido pela Justiça, como seu discurso após o depoimento.

O juiz deu passos em falso, como ao tentar obrigar o ex-presidente a participar de todas as audiências de testemunhas de defesa que seus advogados multiplicaram como forma de protelar o processo.

Os grupos antipetistas que surgiram com força na campanha de 2014 e durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT) também colaboraram ao prometer enfrentar fisicamente os apoiadores de Lula em Curitiba.

O fato de o próprio Moro ter pedido, em vídeo divulgado no fim de semana, para que ninguém fosse à capital paranaense, parece ter colaborado para desmobilizar o que prometia ser uma batalha campal. Os protestos pró-Lava Jato foram ínfimos.

Restou a Lula falar a convertidos após levar cinco horas de canseira da Justiça.

Usou um tom emocional e voltou a dizer que está se preparando para ser candidato a presidente na eleição do ano que vem, renovando o discurso do "nós contra eles" a que historicamente se apega em momentos de crise, mas que não lhe garantiu vitórias eleitorais. 

Lula finge ser uma coisa e sua reputação é outra, por JOSIAS DE SOUZA (UOL)

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Em foto de 2001, Lula cozinha no sítio ''Los Fubangos'', às margens da represa Billings, em São Paulo

Uma pessoa pode mudar. Pode até mudar radicalmente, de hábitos, de estilo, de orientação política, de amigos —mesmo que uma mudança de Olívio Dutra e Francisco Weffort para Emílio Odebrecht e Léo Pinheiro possa parecer exagerada. Mas Lula jamais imaginou que estaria prestando depoimentos como o desta quarta-feira. Sentado numa cadeira de réu, no centro de uma sala de audiências da Justiça Federal, na frente de um juiz linha dura, inquirindo-o sobre crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Tempos atrás, a encrenca talvez tenha aparecido para Lula num pesadelo. É possível que ele tenha acordado no meio da noite, alvoroçado. Pode até ter concluído que a migração do modesto sítio ‘Los Fubangos’, em Riacho Grande, no ABC Paulista, às margens da represa Billings, para a aprazível propriedade de Atibaia, equipada com todos os confortos que o departamento de propinas da Odebrecht pode pagar, não era um bom prenúncio. Mas decerto Lula voltou a dormir, imaginando que não, bobagem, nada de ruim aconteceria com ele. Aconteceu! E foi muito além do sítio e do tríplex.

Noutros tempos, dirigido Duda Mendonça e João Santana, Lula ostentava uma certa superioridade moral. Diante das câmeras de Sergio Moro, a moral perdeu o sentido. O interrogatório desta quarta trata do caso do tríplex do Guaujá, reformado e reservado pela OAS. Mas flutuam na atmosfera da 13ª Vara Federal de Curitiba, como fantasmas de um filme de terror: a planilha com os saques em dinheiro destinados ao “Amigo”, os milhões de agradecimentos travestidos de honorários de palestras, as ordens secretas para destruir provas. Tudo a indicar que Lula virou o que ninguém que o admirou no passado imaginou que ele viraria.

Lula gosta de citar sua mãe, dona Lindu, para informar que foi graças aos ensinamentos dessa “mulher analfabeta” que aprendeu a “andar de cabeça erguida por esse país.” Obviamente, Lula não ouviu quando a mãe rogou: “Cuidado com as companhias, meu filho.” Sua história seria outra se continuasse convivendo com gente como Olívio e Weffort. Presidente, poderia ter convivido com certas pessoas protocolarmente. Todo mundo entenderia. Mas ir atrás do Collor, adular o Renan, entregar cofres a apadrinhados do Sarney…

É natural que, na falta de dona Lindu, a Justiça tenha que assumir a função de mãe de Lula, impondo-lhe castigos inevitáveis. Há pouco mais de um ano, em janeiro de 2016, falando a um grupo de blogueiros companheiros, Lula jactou-se: “Não sou investigado!” Já estava rodeado de suspeitas. Mas alardeava: “Se tem uma coisa de que me orgulho é que não tem, nesse país, uma viva alma mais honesta do que eu.”

Lula continua fazendo sua pose predileta —a pose de vítima. Arrasta multidões de petistas e simpatizantes à capital paranaense para cultuá-lo. Vive uma experiência paradoxal: com os pés fincados no palanque, discursa com a voz estalando de autoridade moral. Mas no interior da sala de audiências da 13ª Vara Federal de Curitiba o que Lula chama de reputação é a soma de todas as ilegalidades esmiuçadas num processo. Ocorre a seguinte incongruência: Lula acha que é uma coisa. Mas sua reputacão já é outra. Mudou muito o personagem. E não deixou endereço. Bons tempos aqueles em que Lula podia ser encontrado no sítio ‘Los Fubangos’, nos finais de semana.

“Quem está sendo julgado aqui é um estilo de governar”, diz Lula a Sérgio Moro (Estadão)

Ex-presidente não gostou de perguntas sobre a refinaria de Pernambuco; Moro disse que julgamento é sobre 'questões específicas da acusação' (por Julia Affonso, Ricardo Brandt, Fausto Macedo, Luiz Vassallo e Bruno Ribeiro)

Durante seu depoimento ao juiz Sérgio Moro, na tarde desta quarta-feira, 10, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se exaltou diante de uma das perguntas feitas pelo magistrado sobre a Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e disse que “quem está sendo julgado é o estilo de governar”, não o caso específico do tríplex no Guarujá.

“Desde que foi criado o contexto, da caçamba feita pelo Ministério Público, na questão do Power Point, quem está sendo julgado é o estilo de governar, é um jeito de governar. Se as pessoas que estão fazendo essa denúncia querem saber como se governa, ela têm que sair do Ministério Público, entrar num partido político, disputar as eleições, ganhar para eles saberem como é que se governa.”, disse Lula.

A afirmação foi feita quando Moro questionava Lula sobre o contexto em que a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, foi planejada durante o governo do petista.

O juiz deixou Lula falar e, ao fim da afirmação, negou a afirmação do ex-presidente. Lula continuou: “O que interessa saber ao Ministério Público se eu fui em uma inauguração de terraplanagem? Era a coisa mais extraordinária para esse País fazer a primeira refinaria depois de 30 anos, doutor”, afirmou o ex-presidente, com o dedo em riste.

Moro, após a fala de Lula, voltou a argumentar diante da afirmação. “Vamos colocar assim, de maneira clara. O que não está em julgamento aqui é exatamente seu governo. São questões específicas da acusação.”

A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio – de um valor de R$ 87 milhões de corrupção – da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira por meio do triplex 164-A no Edifício Solaris, no Guarujá (SP), e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016. O petista é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.

Triplex. O Edifício Solaris era da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), a cooperativa fundada nos anos 1990 por um núcleo do PT. Em dificuldade financeira, a Bancoop repassou para a OAS empreendimentos inacabados, o que provocou a revolta de milhares de cooperados. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi presidente da Bancoop.

A ex-primeira-dama Marisa Letícia (morta em 2017) assinou Termo de Adesão e Compromisso de Participação com a Bancoop e adquiriu ‘uma cota-parte para a implantação do empreendimento então denominado Mar Cantábrico’, atual Solaris, em abril de 2005.

Em 2009, a Bancoop repassou o empreendimento à OAS e deu duas opções aos cooperados: solicitar a devolução dos recursos financeiros integralizados no empreendimento ou adquirir uma unidade da OAS, por um valor pré-estabelecido, utilizando, como parte do pagamento, o valor já pago à Cooperativa.

Segundo a defesa de Lula, a ex-primeira-dama não exerceu a opção de compra após a OAS assumir o imóvel. Em 2015, Marisa Letícia pediu a restituição dos valores colocados no empreendimento.

Bens. A Lava Jato afirma que a OAS pagou durante cinco anos pelo aluguel de dez guarda-móveis usados para armazenar parte da mudança do ex-presidente Lula quando o petista deixou o Palácio do Planalto no segundo mandato. A empreiteira desembolsou entre janeiro de 2011 a janeiro de 2016, R$ 1,3 milhão pelos contêineres, ao custo mensal de R$ 22.536,84 cada.

Toda negociação com a transportadora Granero teria sido intermediada pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, que indicou a OAS como pagante com o argumento de que a empreiteira é uma “apoiadora do Instituto Lula.” Para investigadores da Lava Jato, os fatos demonstram “fortes indícios de pagamentos dissimulados” pela OAS em favor de Lula. Isso porque o contrato se destinava a “armazenagem de materiais de escritório e mobiliário corporativo de propriedade da construtora OAS Ltda”, mas na verdade os guarda-móveis atendiam a Lula.

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2 comentários

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Se a pessoas que ler os artigos acima for meio fraca da cabeça, acaba com raiva do juiz Sérgio Moro, comprando a narrativa montada pelos intelectuais do PT de espalhada pela imprensa. "Lula é favorito", "o que está em julgamento é um estilo de governar", etc... Não é a toa que Bolsonaro, sem máquina financiada com dinheiro público, sem ajuda de "empresários" beneficiados por programas de "governo", tem 25% do eleitorado, essa é a parte da população que rala para pagar a amarga conta imposta por Lula e seus vadios. Queria ver uma pesquisa com os 14% de desempregados do Brasil, queria saber a opinião deles a respeito de Dilma e Lula. Vergonhosamente a imprensa brasileira tem jogado com os dados, usando o limite superior das pesquisas quando são favoráveis a Lula e o limite inferior quando são desfavoráveis. Eis aí o fascismo em forma pura, a "elite" empresarial conjuminada com politicos e autoridades do governo tornam-se a única força economica do país.

    0
    • sandro roberto lautert condor - RS

      Dizem que o Bolsonaroé um Louco. Só Loucopra derrubar estas estruturas montadas para espoliar o nosso imposto.

      1
    • carlo meloni sao paulo - SP

      SANDRO estou aqui encolhidinho no meu canto, com uma ligeira dor de nervoso na barriga, so' esperando a aprovação da reforma trabalhista---Escutei uma conversa bem no canto da sala, e parece que Temer quer negociar a contribuição sindical-----FILHOS DA PUTA estamos correndo o risco de ficar tudo na mesma---Sera' que Caiado vai ficar Calado---??

      0
    • carlo meloni sao paulo - SP

      A contribuição sindical e' combustível dos comunistas

      0
    • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

      É perigoso, o Assimdegato tem força...

      0
    • carlo meloni sao paulo - SP

      VICTOR o trocadilho Assim-de-gato e' genial.

      2
    • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

      Carlo e se o RONALDO CAIADO não falar nada, vai ser chamado de RONALDO CALADO...

      0
  • Arlindo Pontremolez Varalta Ibirarema - SP

    O Molusco nunca teve mas sempre quis ter, .....apartamento na praia, sito para o descanso merecido de quem trabalha bem mais que as 8 horas diarias !!

    Daqueles que nao respeitam os domingos e feriados, e trabalham de sol a sol sem se importar com as leis trabalhistas!!

    Aqueles que sonharam sempre com uma vida melhor para ele mesmo e a sua familia, baseada no trabalho, trabalho , trabalho!!

    A unica diferença desses trabalhadores para o Molusco e a maneira pouco ortodoxa que o Molusco desenvolveu para adquirir riquezas!!

    Tirar do rico para dar-se a ele mesmo!!!

    Afinal ele merece sim ou nao!!

    Trabalhou duramente ate que perdeu um dedo e fincou completamente incapacitado de voltar a produzir!!!

    Que pena , nao e facil viver so com nove dedos e nao poder mais prover para sua familia!!

    SAbe tudo de trabalho esse Molusco.!!

    Ele viu milhoes de tabalhadores trabalharem r durante todo esse tempo em que ficou impedido de trabalhar !!

    Entao se juntou com outros trabalhadores de CUBA, Venezuela , bolivia, alguns africanos e planejaram como deixar os como eles, que nao gostam de trabalhar ganhando igual aos que trabalham !!

    Isso sim eu chamo de democracia ..faturar de maneira igualitaria os com todos os dedos e os que so tem nove!!

    O Molusco ,se gaba de haver tirado alguns milhões vagabundos da miseria , durante um tempinho com o dinheiro de quem ? de quem,???? daqueles que trabalham .obvio!!

    Como alguém dizia com bastante propriedade!!

    Os governos de esquerda tem a capacidade incrível de deixar toda a sociedade num patamar de igualdade financeira!!!...Todos iguais!!...Todos pobres!!!

    Resumindo ......Segundo a logica Petralha, triste mesmo e ter todos os dez dedos!!

    Deus salva a nossa Nacao!!!

    Que pena que tenhamos todos os dedos !!!

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