Entre a incerteza e o caos, mercado financeiro opta por Bolsonaro mas ainda aguarda por detalhamentos das propostas de governo

Publicado em 05/10/2018 12:51
Economista alerta para o risco da volatilidade cambial e os impactos para a renda do produtor que plantou com dólar alto e , dependendo do resultado da eleição, pode colher quando a moeda americana estiver pressionada
Antônio da Luz - Economista - FARSUL

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Entrevista com Antônio da Luz - Economista - FARSUL sobre o Cenário econômico com a eleição 2018

 

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Com um cenário eleitoral de incertezas, o mercado financeiro está optando pelo o candidato á Presidência da república Jair Bolsonaro. No entanto, o mercado aguarda o candidato detalhar as propostas de governo.

O economista da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, destaca que o período eleitoral ocorre quando os produtores rurais estão iniciando o plantio e os primeiros meses de governo do presidente são no momento da colheita. “O produtor precisa está atento ao seu negócio, pois uma coisa é o que esperamos para o Brasil e o outro lado é o impacto do que de fato vai acontecer independente dos nossos desejos”, comenta.

 No cenário eleitoral ainda está indefinido se haverá um segundo turno, mas caso ocorra deverá ser entre os candidatos Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. “Como o mercado vê isso com preocupação. O que está acontecendo de fato é uma rejeição ao Haddad em que o mercado não o quer nem pintado de ouro muito menos fantasiado de Lula”, ressalta.

O economista ainda aponta que o país comandado por um petista tem chance de caminhar para um extremo, como no caso da Venezuela. “As nossas instituições são frágeis e um judiciário cheio de frescura que quer se meter até na roupa que o leitor vai votar. Nós estamos vivendo um período muito preocupante”, destaca.

Por conta do atentado, o Jair Bolsonaro não conseguiu apresentar melhor o plano de governo e o que pretendia fazer. “O que fator para o candidato foi ter se expressado mais e foi algo alheio a vontade dele. Em um eventual segundo turno, essas dúvidas devem ser mais bem sanadas”, pontua.

É possível que o câmbio volte a subir se as pesquisas eleitorais mostrarem um empate técnico. “Se isso acontecer, o produtor deve correr para travar os preços da safra. O produtor já fica protegido de uma queda da taxa de cambio que aconteceu em 2002”, diz.

Em relação aos grupos de governo de cada candidato, o economista destaca que do Fernando Haddad é péssimo para a economia. “Pois acreditam em idéias esdrúxulas que não funcionaram em nenhum lugar do mundo e nem no próprio governo em que partido governou”, diz.

Já o plano do Jair Bolsonaro, tem propostas muito mais agradáveis e alinhado com questões que o país precisa a partir do ponto de vista econômico. “O Paulo Guedes se deixar ele privatiza tudo, já o Jair não tem isso na sua veia”, pontua.

Soja

Com relação ao mercado da soja, os atuais preços na bolsa de Chicago não pagam os custos de produção nos Estados Unidos. “Nós temos um aumento no consumo, porém temos uma projeção elevada para produção da safra 2018/19 e ainda temos uma guerra comercial entre Estados Unidos e China. Os fundamentos do mercado da soja estão muito ruins”, salienta.

O economista ainda destaca que os brasileiros estão vendendo bem a oleaginosa devido ao câmbio. “Nós não estamos ganhando dinheiro com a soja é com o valor do dólar, sendo que nós produzimos soja e não câmbio”, conta.

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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