Nova Iorque, Londres e a pequena Arthur Nogueira no interior de São Paulo se rendem ao fenômeno Bolsonaro

Publicado em 11/10/2018 16:47
Bolsonaro está no caminho para vencer a eleição, diz The Economist; The Wall Street Journal: Um populista conservador cobra adiantado na corrida presidencial
João Batista Olivi - Jornalista

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Entrevista com João Batista Olivi

 

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Além de ganhar destaque nos editoriais da imprensa internacional como a tradicional revistra britânica The Economist e o prestigiado The Wall Street Journal de Nova Iorque, Jair Bolsonaro tem despertado nos brasileiros o sentimento de que o país precisa mudar, seguir novos rumos , com menos corrupção e mais perspectivas de futuro. O jornalista João Batista Olivi encontrou , na periferia de Arthur Nogueira, cidade típica do interior paulista, um exemplo de como o fenômeno Bolsonaro está mudando a rotina das pessoas e trazendo de volta a esperança de um país melhor. Depois de assistir ao vídeo, veja o que importantes publicações estão falando de Jair Messias Bolsonaro

 

Bolsonaro está no caminho para vencer a eleição, diz The Economist

SÃO PAULO - Como tem sido cada vez mais comum, a revista britânica The Economist voltou a colocar o Brasil em sua edição semanal, desta vez destacando o resultado do primeiro turno das eleições e já apontando o favoritismo de Jair Bolsonaro (PSL) para ser o próximo presidente do país.

De acordo com a publicação, o mercado já dá 85% de chance de uma vitória do deputado e isso seria "uma resposta extraordinária a uma série de traumas que se abateram sobre o maior país da América Latina nos últimos anos".

"Para consertar esses problemas, os brasileiros estão se voltando para um político provocador mais notável pelo extremismo de sua retórica do que por qualquer coisa que ele conseguiu em sete mandatos como congressista", diz a Economist ressaltando que Bolsonaro "insultou mulheres, negros e gays".

O texto destaca também a grande renovação da Câmara dos Deputados e aponta o poder que terá o PSL de Bolsonaro, que ainda deverá contar com o apoio do centrão para conseguir aprovar pautas importantes.

E diante disso, o que se vê é uma caminhada do país para o conservadorismo, como destaca o cientista político do Insper, Fernando Schüler, para a publicação: "as eleições mostram que o 'homem comum' tem atitudes conservadoras em relação ao casamento gay, ao aborto e à pena de morte".

"É mais fácil dizer contra o que os brasileiros se rebelaram - corrupção, crime e o caos econômico dos últimos anos - do que pelo o que eles votaram", diz a Economist.

 

The Wall Street Journal: Um populista conservador cobra adiantado na corrida presidencial

Editorial do Wall Street Journal de ontem. 

"Os progressistas globais estão tendo um ataque de ansiedade após o quase-triunfo de domingo do candidato presidencial conservador do Brasil, Jair Bolsonaro. Depois de anos de corrupção e recessão, aparentemente milhões de brasileiros acham que um outsider é exatamente o que o país precisa. Talvez eles saibam mais do que os críticos ao redor do mundo.

Bolsonaro obteve surpreendentes 46%, pouco menos que os 50% necessários para vencer no primeiro turno. Ele agora é favorito contra Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo que teve 29%. O segundo turno é em 28 de outubro.

Bolsonaro, que passou 27 anos no Congresso, é descrito como um populista conservador que promete tornar o Brasil grande pela primeira vez. O candidato de 63 anos está seguindo os valores tradicionais e freqüentemente diz coisas politicamente incorretas sobre políticas identitárias que inflamam seus oponentes. No entanto, ele atraiu o apoio da classe média ao se comprometer a reduzir a corrupção, reprimir o crime desenfreado no Brasil e libertar os empresários do controle do governo.

Ele não chegou a prometer privatizar totalmente a estatal Petrobras, mas seu assessor econômico disse que venderia suas subsidiárias, desregulamentaria grande parte da economia e restringiria os gastos do governo. Quanto à criminalidade, prometeu restaurar a presença policial em áreas urbanas e rurais que se tornaram sem lei.

Os oponentes alegam que Bolsonaro elogiou as forças armadas e, algumas vezes, o regime militar de 1964-1985, sugerindo que ele é uma ameaça à democracia. Mas ele não está propondo mudar a constituição, que limita o poder dos militares no país.

Por outro lado, Haddad quer reescrever a constituição para incluir uma assembléia constituinte ao longo das linhas do modelo venezuelano. Ele também quer mudar a forma como as promoções militares são feitas, dando o poder ao presidente. Isto é algo tirado diretamente do manual de Hugo Chávez.

Haddad é o candidato escolhido a dedo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está cumprindo uma sentença de 12 anos por suborno, mas, continua a ser um herói da esquerda. Lula aproveitou o boom das commodities para ganhar popularidade nos anos 2000, mas ele e sua sucessora geriram mal a economia e um escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras manchou grande parte da classe política.

O pequeno Partido Social Liberal, de Bolsonaro, carece de dinheiro e da máquina de que dispõe o Partido dos Trabalhadores (PT) de Haddad, mas Bolsonaro é quem está em alta no momento. O PT continua com o maior bloco da Câmara dos Deputados, com 56 representantes, mas o partido de Bolsonaro elegeu 52 e conquistou quatro cadeiras no Senado. O PT se saiu bem em sua fortaleza tradicional do Nordeste, mas não conseguiu eleger um governador no resto do país.

Depois de tanto tumulto político e corrupção, não é de surpreender que os brasileiros estejam respondendo a um candidato que promete algo melhor."

 

 

Fonte: Infomoney + Notícias Agrícolas

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