Produtores rurais da Argentina temem incremento nas 'retenciones' com início do novo governo

Publicado em 31/10/2019 12:57
Vendas antecipadas de milho crescem 150% em relação ao mesmo período do ano passado e soja só não teve o mesmo desempenho por que os preços estão baixos
Sebastian Gavaldá - Diretor da Globaltecnos (Argentina)

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Entrevista com Sebastian Gavaldá - Diretor da Globaltecnos (Argentina) sobre o Agronegócio na Argentina e o Novo Governo

 

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Alberto Fernandez e Cristina Kirchner ganharam as eleições presidenciais na Argentina, o que vem gerando uma certa insegurança no setor agropecuário da Argentina, tem em vista que quando estava no poder Cristina Kirchner criou as "retenciones", que se trata de um imposto sobre os produtos exportáveis do país, sobretudo nas commodities agrícolas. 

Nesta quinta-feira (31) o Notícias Agrícolas conversou com Entrevista com Sebastian Gavaldá - Diretor da Globaltecnos (Argentina) para entender melhor como os argentinos estão lidando com as mudanças no governo. Segundo ele, ainda não há nenhuma indicação de como nos novos líderes devem se posicionar, tendo em vista que até o momento não foram feitas nenhuma nomeação de ministros. 

Afirmou ainda que apenas quatro pessoas foram nomeadas para participar da transição de governo. Destacou que atualmente a Argentina tem um grande problema envolvendo a inflação e um câmbio que foi avaliado em mais 100% no último ano. "PIB que diminui ao invés de crescer e o desemprego que não é muito grande comparado aos outros países, mas que está crescendo", afirma. 

Sebastian destaca que o novo presidente terá um grande desafio pela frente e em vários setores no país. "Tem que melhorar a vida de muita gente, baixando os gastos ou aumentando as receitas. Aumentando as receitas o setor agropecuário vai voltar ao esquema de "retenciones" mais parecido com o que era de 2015 para trás", afirma. 

Segundo Gavaldá , há indícios de que de que o governo atual (Mauricio Macri) ou o novo presidente, Alberto Fernandez, pode aumentar as "retenciones" para milho e trigo podem chegar em até 12%, atualmente são aplicados 7%. Para a soja já são aplicados 25% de "retenciones" e pode chegar até 30%. 

Ginaldo de Sousa, diretor do Grupo Labhoro, também acredita que os impostos de exportação também sofrerão altas. "Há expectativa de que o governo do presidente eleito Alberto Fernandez aumente as taxas em uma tentativa de valorizar o peso argentino e cumprir obrigações com o FMI. A presença da vice-presidente, Cristina Kirchner, reforça esta ideia, já que em seu mandato como presidente do país, havia implantado altas taxas para exportações das commodities. Os produtores de grãos e também os produtores de carnes estão tentando acelerar suas exportações, pois sabem perfeitamente que aumentos de tarifas serão brevemente impostos a partir de Janeiro próximo. Na mira dos analistas, os Argentinos terão nova batalha fiscal pela frente, o que certamente irá dificultar as exportações do país vizinho", afirma. 

Confira a entrevista completa no vídeo acima

Por: Aleksander Horta e Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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