Índios da etnia Paresi querem o avanço da PEC 187 na Câmara dos Deputados para conseguirem plantar e vender

Publicado em 03/09/2019 12:11
Presidente da Coopihanama, cooperativa dos Parecis de Campo Novo (MT), espera que Rodrigo Maia reverta sua decisão de retardar a tramitação da PEC 187. A proposta de emenda constitucional - que permite aos indios terem atividades agricolas comerciais em suas reservas -, já foi aprovada pela CCJ da Câmara, mas Rodrigo Maia diz que o avanço da discussão "poderá ocasionar tensões politicas neste momento"
Ronaldo Zokezomaiake (Etnia Paresi) - Presidente Coopihanama

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Reservas Indígenas - Entrevista com Ronaldo Zokezomaiake - Presidente Coopihanama

 

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Na ultima segunda-feira o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, sinalizou que não pretende levar à votação a PEC 187, apesar de já ter sido aprovada na CCJ da Câmara na semana passada. Para entender melhor o cenário, o Notícias Agrícolas conversou com Ronaldo Zokezomaiake – presidente da Coopihanama, cooperativa indigena da nação Pareci (Campo Novo do Parecis / MT)

“Nós defendemos a  PEC 187 devido ela dar essa total autonomia, que nós queremos fazer a gestão e produzir dentro do nosso território”, afirma Zokezomaiake.

Segundo o presidente, existem indígenas em atividades há 17 anos e garantir a segurança jurídica seria uma solução para que os povos possam se auto-desenvolver como agricultores. “Nós produzimos, mas não podemos vender nosso produto. As vezes também não podemos explorar de forma correta a nossa atividade”, afirma.

O presidente da cooperativa indígena acredita que, antes de decidir o destino da PEC 187, é necessário que as autoridades avaliem quem já está desenvolvendo sua reserva e também quem preserva a área ambiental dos territórios. 

Segundo ele, atualmente apenas 1.7% do território Pareci é utilizado para gerar renda. “O governo tem que dar essas condições e reconhecer que o povo indígena hoje é muito mais avançado”, afirma.

Confira a entrevista completa no vídeo acima. 

 

Por: Guilherme Dorigatti e Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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