Retração vendedora nos EUA e Brasil, alta dos prêmios americanos e clima quente nas regiões produtoras fazem soja em Chicago subir

Publicado em 05/08/2015 17:11
Retração vendedora nos EUA e Brasil, alta dos prêmios americanos e clima quente nas regiões produtoras do Meio Oeste dão suporte ao movimento de alta em Chicago

Nesta quarta – feira (05) o mercado da soja na Bolsa de Chicago teve altas significativas para os primeiros vencimentos e encerrou o dia positivo para as negociações.
 
Para o analista Marcos Araújo da AGRINVEST em Curitiba (PR), o movimento que ocorreu hoje na bolsa de Chicago é continuidade do clima mais adverso dos próximos cinco dias, que vai trazer tempo seco na região Sul dos EUA.
 
“Houve também uma melhora do mercado físico americano na última semana. As esmagadoras aumentaram os prêmios em cerca de R$ 0,15 devido à boa margem de esmagamento obtida nos EUA. O segmento de carnes também seguiu positivo e as margens acompanharam, contudo pagaram altos preços pelo farelo de soja, e esses foram os principais fatores que motivaram a alta em Chicago”.
 
Já o mercado físico, teve um baixo ritmo de vendas e alguns investidores diminuíram suas posições em bolsa, na espera pelo relatório do USDA – Departamento de Agricultura dos EUA, que será divulgado no próximo dia 12.
 
Ainda segundo o analista, a retração vendedora nos EUA, tem a ver com a falta de produtos. “Como estamos no final da temporada americana, os estoques seguem apertados até a próxima safra. Contudo, observamos um comportamento atípico, as esmagadoras de soja entraram mais ativamente neste final de ciclo e compraram muito grão, a fim de formarem seus estoques. Depois disso, elas caminham deixando o mercado físico americano sem referência e isso traz uma pressão baixista nos preços da oleaginosa. Em contrapartida, o produtor está capitalizado nos EUA, e tivemos essa rolagem de produção, principalmente com os contratos de novembro”, explica.
 
No Brasil, o mercado brasileiro seguiu calmo e não houve muito volume negociado no mercado físico. Rio Grande, por exemplo, ficou no patamar dos R$ 80,50 para a saca da soja.
 
Diante disso, estima-se que a soja brasileira na temporada 15/16 já esteja com cerca de 25% comercializada. Muitos produtores, segundo o analista, encararam essa “oportunidade” e seguem esperando possíveis altas do mercado, bem como uma rodada de preços mais exatos para realização de novas vendas. “O movimento calmo no país, mesmo com o dólar batendo R$ 3,50 é normal”, esclarece.
 
Na espera pelo relatório do USDA na próxima quarta – feira (12), os produtores aguardam o resultado da redução da produtividade americana. Segundo dados do relatório, dentro dos últimos doze anos, em nove deles houve redução da produtividade, portanto a probabilidade de ocorrer redução este ano, é grande.
 
“Antes dessa melhora do clima que houve recentemente, o mercado trabalhava com uma produtividade entre 43,44 bushel por acre. Hoje o mercado está trabalhando com 44, 45,5 bushel por acre,” destaca o analista.
 
Também segundo ele, junto com o relatório, o ideal é acompanhar a previsão do tempo na segunda quinzena de agosto. “Se continuar nessa previsão de clima seco e quente, com máxima de 36Cº, o agosto vai ser definitivo para a soja”.
 
Diante desse cenário, a AGRINVEST acredita que a área de soja possa ser em torno de 1 milhão de acres menor do que a previsão do USDA, com produtividade inferior ao redor de 102 milhões de toneladas abaixo do esperado. “Se os números que acreditamos forem reais, o mercado vai seguir apreensivo e isso poderá repercutir em altas na bolsa de Chicago”, revela Araújo. 

 

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Tags:
Por:
Aleksander Horta e Nandra Bites
Fonte:
Notícias Agrícolas

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