Boas condições de lavouras e clima favorável nos EUA pressionam cotações em Chicago. Novembro se aproxima dos US$9,00/bushel

Publicado em 18/08/2015 17:20
Relatório de condição de lavouras e clima favorável nos EUA pressionam cotações em Chicago. Vencimento novembro se aproxima dos US$9,00/bushel

A terça – feira (18) foi negativa para os preços da soja em Chicago. Houve leve recuperação para as cotações do milho, porém o destaque ficou pela pressão de 12 até quase 14 pontos nos principais vencimentos da oleaginosa. Setembro fechou a US$ 9,13 por bushel e novembro se aproxima dos US$ 9,00 por bushel.
 
Segundo Marsio Ribeiro, consultor da Trini Consultoria de Goiânia (GO), o que justifica a pressão negativa em cima da soja na bolsa de Chicago é o relatório de condições de lavouras dos EUA que foi divulgado ontem (17), e que trouxe condições estáveis em relação aos anteriores. “Isso levou a certa tranquilidade no mercado com relação a possível disponibilidade de soja para esse segundo semestre e isso fez com que recuasse um pouco acima dos 10 pontos no pregão de hoje”, conta.
 
Ainda segundo o consultor, os números divulgados pelo último relatório de oferta e demanda do USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, podem se concretizar. “A gente sabe que esses números vieram divergentes às expectativas, porque todas as agências independentes traziam uma tendência de redução. Acreditavam que trariam números menores e uma redução de estimativa, mas o órgão veio com uma tendência contraria e trouxeram elevação tanto para soja, como para o milho. Pegou o mercado de surpresa e fez com que houvesse algumas dúvidas sobre a autenticidade à garantia desses números. De qualquer forma, acreditamos que haverá, ainda durante os próximos dias, um nervosismo no mercado em relação a isso”, explica.
 
Além desse indicativo, existe segundo ele, outra justificativa para a pressão nos preços que são as dúvidas em relação ao potencial de demanda da economia chinesa que tem trazido aflição para o mercado.
 
Do mesmo modo, outro fator que justifica a oscilação dos preços nos últimos dias, é o clima nos EUA. “Tem ocorrido algumas divergências entre os órgãos, bem como das agências que divulgam dados climáticos. Alguns meteorologistas colocaram um clima mais seco - que poderia afetar as lavouras, porém outros, já trazem previsão de um clima mais estável, que contribui favoravelmente no bom desenvolvimento da lavoura e isso tudo traz estresse no mercado, consequentemente as oscilações”, destaca o analista.
 
China
 
Já na nação asiática, se prevalecer a dúvida sobre a economia chinesa, é possível que haja continuidade das quedas e nos movimentos negativos dos preços.
 
“O dólar segue forte também nos últimos dias e temos visto as bolsas mundiais oscilarem. Até mesmos se analisarmos as bolsas de metais, petróleos entre outras, estavam todas em queda, portanto a gente acredita que essa tendência possa vir para a soja e até para o milho”, esclarece o consultor.
 
No entanto, a soja nos EUA, ainda segundo ele pode baixar dos US$ 9,00 por bushel. “Vamos colocar em um horizonte de mais ou menos trinta dias para que ela oscile entre US$ 9,00 a US$ 8,70 por bushel. No milho pode ocorrer um recuo abaixo dos US$ 3,50 até R$ 3,30, se for confirmado as boas condições de lavouras nos EUA, principalmente agora no final de agosto. Da mesma forma, se houver uma mudança no clima e ele não se adequar ao favorável e os números forem diferentes, teremos um cenário oposto. Milho acima de US$ 4,00 e soja acima dos US$ 10,00 por bushel”.
 
Em contrapartida, se os preços da soja baixarem muito, o vendedor americano pode sair do mercado e este cenário contribui para a criação de um piso. “O que a gente tem que prestar atenção nesse momento, dentro do mercado físico, do mercado real, são com os consumidores que tem o maior demandante externo, a China. O estoque chinês de soja de milho ou de qualquer outra commoditie é sempre uma incógnita. Com a economia muito fechada, dado ao seu regime de governo,  as informações não são abertas.  Portanto, o mercado não tem como dimensionar qual a necessidade real de compra da China”, orienta.
 
Brasil
 
Ainda segundo o consultor, no Brasil existem dois fatores que contribuem para a formação dos preços. Um deles é o mercado internacional que segue caindo, outro é a moeda americana que tem acompanhado o movimento baixista. Hoje, por exemplo, o dólar fechou a R$ 3,47, distante dos R$ 3,50 que bateu na última semana. 
 
Diante desse cenário, o momento, segundo ele é para comercialização. “Para aquele produtor que tem a soja, acredito que deva comercializá-la sim, porque o câmbio ainda está favorável e vemos uma queda nas cotações em Chicago. Quem pagar para ver pode correr um grande risco, se confirmar uma safra boa nos EUA”, conclui.


 

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Tags:
Por:
Aleksander Horta e Nandra Bites
Fonte:
Notícias Agrícolas

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