No Oeste da Bahia, compras dos insumos para a safra de verão estão atrasadas

Publicado em 25/09/2015 11:48
No Oeste da Bahia, compras dos insumos para a safra de verão estão atrasadas. Com isso, a perspectiva é que haja uma redução na área destinada ao milho, ao redor de 40% e, no algodão em 30%. Áreas deverão ser ocupadas com a soja, mas devido às incertezas, os investimentos em tecnologia poderão ser menores. Chuvas também podem atrasar na região, o que agrava as apreensões dos produtores.

As compras dos insumos para a safra 2015/16 permanecem atrasadas no Oeste da Bahia. A situação é decorrente do atraso na liberação dos recursos para pré-custeio, que aconteceu em 2015. No mesmo período do ano anterior, cerca de 70% dos insumos já haviam sido adquiridos, nesse ano, o percentual está próximo de 40%.

Diante desse cenário, o engenheiro agrônomo que atua na região, Armando Ayres de Araújo, destaca que já é esperada uma redução de 40% na área destinada ao milho e 30% no algodão. “Ainda não conseguimos concluir todas as liberações, temos muitas demandas de créditos que não foram resolvidas. E como essas são culturas demandam maior volume de fertilizantes e insumos temos essa projeção”, explica.

A perspectiva é que as áreas sejam destinadas para a cultura da soja. Na totalidade, a área cultivada com o grão deverá ficar próxima de 1,5 milhão de hectares nesta safra. Porém, ainda não há certeza de que os problemas sejam resolvidos até o término do vazio sanitário, no dia 15 de outubro. Consequentemente, as lavouras de soja poderão ser cultivadas com menor tecnologia empregada.

“Se tivermos um repique nos preços internacionais da soja, acima de US$ 9,00 por bushel, e a manutenção dos níveis cambiais, poderemos ter um estímulo para a continuidade da tecnologia. Caso contrário, a redução da tecnologia será uma consequência certa”, afirma Araújo.

Em contrapartida, os custos também são preocupação dos produtores rurais da região. Até o momento, cerca de 30% da produção de soja estimada na localidade foi negociada antecipadamente, com valores entre R$ 65,00 a R$ 75,00 a saca. “Valores que deixam uma margem muito ajustada aos agricultores, e se não tivermos um aquecimento nos preços teremos mais um ano apertado”, ressalta.

Além disso, as previsões climáticas não se mostram favoráveis para o início do cultivo da soja na localidade. Isso porque, as chuvas deverão aparecer somente na segunda quinzena de novembro.  “Esperamos que as precipitações se estendam, assim poderemos ter chuvas no momento de enchimento de grãos”, diz Araújo.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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