Aprosoja PR se posiciona a favor da proibição da safrinha de soja, mas lamenta imposição e não ter participado da discussão

Publicado em 29/10/2015 07:42
Aprosoja PR se posiciona a favor da proibição da safrinha de soja, mas discorda da imposição da decisão ao produtor e lamenta não ter participado das discussões. Presidente alerta ainda para alguns questionamentos como o impacto da safrinha do Paraguai, das plantas guaxas e da soja nos portos. De quem é o papel de cuidar desses fatores: produtor ou estado?

A Aprosoja Paraná defende a proibição da safrinha de soja no estado. Publicado recentemente pela Secretaria de Agricultura do Estado a Portaria nº 193 da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), determina um novo calendário para o período de semeadura, impedindo o cultivo de soja sobre soja.

Apesar de não ter sido convidados para participar das discussões, o presidente da Aprosoja PR, José Eduardo Sismeiro, afirma que a entidade apoia a decisão da Secretária para manter o controle da doença no estado, já que as indústrias também estão relatando dificuldades para descobrir novos princípios ativos que possibilitem no lançamento de novos defensivos.

"Nós tivemos contato com diversos pesquisadores e todos eles foram unânimes em dizer que a sucessão de soja sobre soja é prejudicial ao nosso sistema. Mas o que estamos insatisfeitos é que mais uma veio apenas uma imposição para o produtor", declara Sismeiro.

O presidente lembra ainda, que é preciso existir mecanismos de controle para a soja guaxa e do cultivo nas regiões de fronteira como o Paraguai, caso contrário a proibição para conter a evolução de ferrugem e outros doenças, não terá eficácia.

Segundo pesquisadores da Embrapa Soja Londrina a ponte verde favorece a proliferação de doenças, pois isso recomenda que os produtores realizem apenas uma safra com alta produtividade e, no inverno realizar apenas cobertura de soja para inibir os nematóides.

No entanto, Sismeiro considera que esse pratica reduz significativamente a renda dos produtores e inviabilizaria a produção, por isso a cultura de inverno é essencial. "Uma das alternativas - que pode ser uma solução - é os agricultores repartirem sua propriedade em quatro, ficando 25% para fazer análise de solo, calagem e então plantar algo que inibiria os nematóides. Nos 75% restantes fariam a produção comercial de inverno", destaca o presidente afirmando que a reserva dos 25% ainda impulsionaria a produção de soja na próxima safra.

A medida passa a valer a partir do ciclo 2016/2017 e, quem descumprir a norma, pode sofrer punições que vão desde uma simples advertência até destruição da plantação e multa.

Conheça ainda a posição da Embrapa Soja sobre a safrinha com a entrevista de José Renato Farias - Diretor Geral da instituição:

>> Embrapa defende fim do plantio da segunda safra de soja. Entenda o porquê 

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Por: João Batista Olivi e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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