Paraná tem condições ideais para ferrugem nesta safra. Produtores adotam estratégias para proteger as lavouras e evitar resistência dos fungos

Publicado em 22/01/2016 12:21
A utilização de fungicidas protetores aliados aos sistêmicos é ferramenta importante no controle da ferrugem

As condições climáticas favoráveis, especialmente para os estados do sul do país, têm causado uma das safras com maior incidência de doenças fungicidas nas lavouras de soja do Brasil. Consequência do fenômeno climático El Niño, estados como o Paraná, receberam um grande volume de chuvas nesta temporada, cenário ideal para a propagação de doenças.

"O impacto disso foi à grande quantidade de inócuos que tivemos desde o início da entressafra, então era de se esperar que essas condições causassem uma epidemia de ferrugem", explica o coordenador de pesquisa em fitopatologia na Fundação ABC, Carlos André Schipanski.

Diante desse cenário, os produtores têm adotados novas estratégias de controle para evitar a resistência aos fungos. De acordo com o coordenador, em casos como esse é preciso adotar medidas de aplicação antecipada, com intervalos mais curtos, demandando mais atenção e investimento.

Outro fator preocupante é o alto índice de resistência dos fungos aos produtos sistêmicos com base dos princípios ativos como triazois e estrubirulina. Umas das soluções recentes para esse problema é a utilização de fungicidas protetores aliados aos curativos, para evitar à ocorrência de resistência as populações de inócuos.

"Neste ano essa estratégia já está em andamento no campo, e a adoção dessa nova tecnologia foi muito bem aceita pela área técnica e pelos produtores, dado a importância de proteger os grupos químicos que ainda não apresentam resistência, já que no curto prazo não há nenhum grande lançamento de ingrediente ativo ou mecanismo de ação inédito", ressalta Schipanski.

A principal diferenciação entre os fungicidas sistêmicos e os protetores, é a ação multissítio. Ao contrário dos produtos comumente utilizados pelos agricultores, os protetores atuam em diversos mecanismos do fungo, dificultando assim a possibilidade de multação e desenvolvimento de resistência.

"A grande diferença é que além daqueles sítios que já estão sendo protegidos pelos sistêmicos, o protetor ajuda a atacar uma serie de outros sítios no fungo e ajudando a diminuir a pressão de seleção", pondera o coordenador afirmando que esse fator acaba potencializando ainda o funcionamento dos sistêmicos.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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