Clima na América do Sul e comportamento do dólar darão rumo aos preços da soja em Chicago

Publicado em 12/12/2016 16:59
Sessão desta segunda-feira focou nas previsões de chuva para a Argentina a partir do dia 20 de dezembro
Confira a entrevista de Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio

O mercado de soja teve um dia calmo na Bolsa de Chicago (CBOT), com preços recuando de 5 a 6 pontos nos principais vencimentos e falta de novidade nos fundamentos.

Para o consultor em agronegócio Ênio Fernandes, este foi um dia considerado "normal". Após uma "alta interessante" na última sexta (9), os números perdem nesta segunda com a perda também do dólar no mercado externo e com a alta do petróleo. No mercado interno, o dólar não teve uma alta como era esperado após a divulgação da lista da delação da Odebrecht.

Em Chicago, o mercado também tira um pouco do prêmio de clima na Argentina, que possui previsão de boas chuvas para a próxima semana, o que deve melhorar as condições da safra argentina. O consultor lembra ainda que "não se espanta se amanhã tiver alta em Chicago", pois é um momento em que o mercado procura um drive para se estabelecer.

Até o final do ano, para o consultor, o mercado deve trabalhar em volatilidade. Neste momento, Chicago observa muito a safra da América do Sul e, enquanto não houver uma definição climática para as áreas produtoras que encontram dificuldades, o mercado deve andar de lado. A grande atenção deve ser para janeiro, com a divulgação do relatório final do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e com as primeiras colheitas de soja no Brasil.

Ele aponta que um rally em Chicago e um rally do dólar podem ser uma boa oportunidade para que os produtores travem seus custos. Ele lembra que, além disso, observar o comportamento do clima na América do Sul é fundamental neste momento.

O dia de hoje, segundo ele, teve preços interessantes para o mercado interno. Os estados de Goiás e Mato Grosso já estão com 50% da safra nova comercializada, pois se apresentaram bem na ponta vendedora em momentos de rally.

Do lado do comportamento da demanda, o consultor acredita que a China irá continuar demandando, mas não no mesmo ritmo observado até agora.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Em Chicago, óleo despenca mais de 3% e pressiona ainda mais preços da soja nesta 3ª feira
Anec faz leve ajuste na exportação de soja do país em abril, que deve cair ante 2023
Apesar de altas no farelo e baixas intensas no óleo, soja trabalha com estabilidade em Chicago nesta 3ª
Soja em Chicago tem muita oscilação nesse inicio de semana, mas encerra com leves ganhos por conta da greve de processadores na Argentina
Greve na Argentina leva farelo a subir mais de 2% e soja acompanha altas em Chicago nesta 2ª