Demanda forte pelo grão e derivados além de incertezas sobre oferta na América do Sul dão sustentação para soja em Chicago

Publicado em 16/12/2016 17:05
China tem uma das maiores margens no esmagamento de soja dos últimos 2 anos o que reforça a expectativa de continuidade da demanda
Confira a entrevista de Mário Mariano - Analista da Novo Rumo Corretora

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Demanda forte pelo grão e derivados e incertezas sobre oferta na América do Sul

 

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Nesta sexta-feira (16), houve um dia de finalização positiva para a soja em Chicago, com o primeiro vencimento, próximo ao fechamento, chegando a US$10,35/bushel e o vencimento março, referência para a safra brasileira, a US$10,44/bushel.

De acordo com o analista Mário Mariano, a informação de novos volumes de venda para a China e outros países não revelados pelos Estados Unidos justificaria a alta. A demanda, como ele aponta, tem sido um fator positivo para os preços e anula o fator da taxa de juros nos Estados Unidos, que movimentou o câmbio. O fundamento, portanto, é mais agressivo.

O analista lembra ainda que a Argentina teve um aumento de plantio, que já estaria beirando os 60%, mas que ainda passa longe dos 70% no mesmo período do ano passado e dos 67% de 2014. Com isso, o atraso está negativo a ponto de formar um preço maior. A atenção cria um prêmio que é uma força de compra na Bolsa de Chicago (CBOT). Além disso, o Brasil também tem pontos climáticos negativos, como municípios com risco de perda de 20% no Mato Grosso do Sul. O olhar para a produção desses dois países gera um sentimento de alta em Chicago.

Diante de um cenário fundamentado na oferta e na demanda, a CBOT tem força para continuar dentro desses valores - porém, ainda não é possível indicar se a tendência segue a longo prazo, por conta das mudanças políticas nos Estados Unidos e no Brasil - a última, que interfere nos preços internos.

Com o dólar se aproximando dos R$3,40, criou-se também um cenário para mais vendas físicas, especialmente no Paraná e no Mato Grosso, com números mais próximos dos interesses dos produtores. Daqui para a frente, é possível que o produtor venda lentamente até que se concretize um aumento de rendimento e um clima generoso.

A tendência de mudar preços rapidamente está nas mãos das lavouras que ainda serão colhidas em fevereiro e março. Aquelas que devem ser colhidas em janeiro já estão precificadas pelo mercado, de acordo com o analista. Segundo ele, a preocupação dos produtores agora deve ser com um maior volume da safra do Mato Grosso.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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