Pressão sobre as cotações da soja continua e principal vencimento já opera abaixo dos US$10,00/bushel em Chicago

Publicado em 23/12/2016 17:14
Mas tendência ainda é de leve recuperação em Chicago e alta do dólar indicando melhores preços para o produtor brasileiro
Confira a entrevista de Filipe Dawson - Economista da Apexsim

Nesta sexta-feira (23), o mercado da soja teve mais uma sessão de queda na Bolsa de Chicago (CBOT). Além do primeiro vencimento, o vencimento março também perdeu o patamar dos US$10/bushel.

De acordo com Filipe Dawson, economista da ApexSim, o boletim climático no Rio Grande do Sul e na Argentina justifica essa queda. Existia uma grande pressão de que não haveria chuvas para essas áreas, mas nos últimos cinco dias choveu bem na Argentina e a previsão deve se manter para a próxima semana, o que reflete em Chicago junto ao processo de realização de lucros dos fundos de investimentos, que pegam as posições de final de ano para apresentar aos cotistas.

Enquanto o posicionamento dos fundos era esperado, o fator climático é pontual. Se chover menos nas próximas semanas e o déficit hídrico retornar, o mercado deve continuar a subir. A medida de mais informações de produtividade na Argentina, os números também devem mudar. Caso haja uma quebra maior de 10% no país, o mercado deve voltar para patamares muito acima do observado.

A perspectiva de recuperação, de acordo com o economista, não é tão forte, no entanto. Mas a Argentina possui condições de quebra, uma vez que a situação na qual se encontra algumas regiões é descrita como 'alarmante'.

O diferencial para a formação de preços no Brasil pode ser o dólar, que volta abaixo dos R$3,30. O perfil fundamentalista de alta para a moeda deve ser mantido a longo prazo, com o cenário externo aumentando a pressão de alta - uma vez que o dólar se fortalece em relação ao euro. No Brasil, a instabilidade política teve uma calma no final de ano.

Nesta semana, a China também está desacelerando as suas importações, com apenas 2 reportes diários de venda divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Essa demanda deve migrar para a América do Sul, mas, até o momento, há pouco produto disponível nos portos brasileiros.

Para o economista, é possível esperar mais um pouco para negociar, com o dólar sendo o principal elemento a ser observado para a formação de preços.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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