Soja: Mercado segue travado no Brasil e pode encontrar novas oportunidades com volatilidade da nova safra dos EUA

Publicado em 21/03/2017 17:42
Confira a entrevista de Steve Cachia - Diretor Cerealpar (Brasil) e Consultor Kordin Grain Terminal (Malta)
Mercado internacional ainda encontra ponta de equilíbrio nos US$ 10, mas já se posiciona para a nova safra americana. Movimentação maior das cotações poderia trazer melhores momentos para o produtor brasileiro. No milho, possível redução de área nos EUA seria altista para os preços do cereal em Chicago.
Nesta terça-feira (21), o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalhou com pouca movimentação. De acordo com o analista de mercado Stevie Cachia, o fator de a colheita na América do Sul estar correndo bem e o sentimento geral é de que a oferta está confortável e, por isso, a pressão nos preços vem sendo sentida.

 

Por outro lado, sabe-se que a demanda também está forte no mercado internacional. Por isso, o mercado estaciona nos US$10 como um ponto de equilíbrio. O relatório trimestral de estoques americanos, que será divulgado no próximo dia 31, trará uma maior dimensão da demanda pela soja dos Estados Unidos, o que poderá deixar espaço para alguma surpresa.

No mesmo dia, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) também irá trazer suas primeiras projeções de plantio. Em breve, todas as notícias baixistas já estarão absorvidas e, daqui para a frente, as especulações estarão marcadas no mercado americano. O mercado de clima também poderá trazer pontos altistas para o mercado, já que o país do Norte vem mostrando incertezas climáticas já na safra de trigo.

Cachia diz partir do princípio de que as commodities trabalham em conjunto. Com isso, ele diz que os fundos não costumam apostar em um produto só e que vai ser interessante ver qual produto irá puxar as commodities. A princípio, o mercado de soja seria baixista, mas o mercado de milho poderia ser altista com uma redução de área nos Estados Unidos.

O milho, com o mercado há algum tempo "perturbado", é bastante dinâmico. Mesmo com o problema de ameaça de retaliações comerciais por parte do México e da China, isso ainda não foi concretizado.

Mercado Interno

No mercado interno, as negociações estão paradas. A oferta de milho se recupera e a produção de soja é recorde. Com um dólar mais fraco, todos esses fatores somaram-se e fizeram com que os preços fossem inferiores do que os produtores imaginavam. Frente à entrada de uma nova safra americana, existe uma expectativa de oportunidade melhor para frente dentro de um cenário mundial, especialmente para o mercado de milho - no segundo semestre, o milho brasileiro deve ser bastante procurado.

Em relação à operação Carne Fraca, da Polícia Federal, Cachia diz que seu impacto psicológico é imediato, mas que é difícil mensurar o que isso poderia representar de fato para o Brasil. Dificilmente, segundo ele, haverá uma retração das demandas, olhando mais pro lado da volta da credibilidade ao país.

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Por:
Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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