Incertezas sobre o tamanho da oferta dão sustentação aos preços da soja, no entanto, movimento consistente de alta está limitado

Publicado em 24/05/2017 17:01
Qualquer novo avanço nos preços em Chicago pode estimular a venda de soja na América do Sul e o aparecimento da oferta funcionaria como um limitador de novas altas
Confira a entrevista com Mário Mariano - Analista da Novo Rumo Corretora

Nesta quarta-feira (24), o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou com poucas variações em relação ao pregão do dia anterior, com apenas os fechamentos setembro/17 e novembro/17 tendo alguma variação.

De acordo com o analista de mercado Mário Mariano, é possível perceber que, após a grande mudança no comportamento baixista dos preços, por conta das turbulências políticas aqui no Brasil, o movimento de alta já recuperou cerca de US$ 0,20 em Chicago.

As notícias de oferta e demanda não são suficientes para mudar o atual patamar de preços. Mas é possível afirmar que os 53% de plantio nos Estados Unidos é um fator que poderia limitar as tendências altistas na CBOT.
 
Segundo Mariano, os preços tendem a se estabilizar até que uma mudança climática que realmente prejudique o andamento do plantio da soja nos Estados Unidos seja verificada.

Na América do Sul, a Argentina também colhe sua soja em ritmo mais acelerado, mas com volumes de venda muito pequenos.

Num cenário onde a produção é grande, mas a oferta chega ao mercado de forma lenta, o analista acredita que, caso ocorra uma alta dos preços da soja , brasileiros e argentinos irão participar ativamente das exportações, fator que limitaria um avanço dos preços.

Por enquanto, o cenário ainda não está atrativo para ambos os países.

Houve, ainda, o rebaixamento de rating por parte das Moody's para a China, o que pode provocar a desvalorização do yuan e, consequentemente, diminuir o ritmo de compras no país asiático.

Para ele, entretanto, é difícil justificar uma baixa acentuada sem notícias impactantes. "Não dá para apostar que uma baixa de US$0,20 a US$0,30 será uma tendência de longo prazo", destaca o analista.

O cenário do produtor, neste momento, traz preocupação para a safra de verão 2017/18. A relação de troca gira em torno de 38 sacas por hectare no Mato Grosso, sendo que, em anos anteriores, este valor era de 23 a 25 sacas por hectare.

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Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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