Clima irregular na safra brasileira, demanda asiática forte e análise gráfica avalizando alta sustentam soja em Chicago

O mercado da soja encerrou a sexta-feira (22) na Bolsa de Chicago (CBOT) com altas de dois dígitos nos principais vencimentos. O contrato maio/17trabalha acima dos US$10,10/bushel.

Miguel Biegai, analista de mercado da OTCEx Group, destaca que o movimento de fortes altas na Bolsa de Chicago ocorre em função de uma forte demanda, não só por parte da China, mas também de outros países asiáticos e também em função do quadro climático preocupante no Brasil.

A semana toda trabalhou do lado altista, mesmo que os Estados Unidos estejam "na boca da colheita". Normalmente, setembro seria um mês de pressão nas cotações, mas este fator não vem se fazendo presente, mesmo com uma possível safra recorde nos Estados Unidos.

De acordo com o gráfico demonstrado pelo analista, o contrato novembro/17, que dá o direcionamento do mercado neste momento, cruzou as médias móveis e está apontando para um movimento de alta, rompendo a resistência dos US$9,77/bushel, com um grande volume de contratos negociados.

Para que este movimento de alta seja mantido, novembro não pode negociar, em momento algum do dia, abaixo de US$9,77/bushel na próxima segunda-feira (25).

Por enquanto, o mercado compra o risco climático no Brasil. Tendo isso em vista, Biegai destaca que o momento é bom para os produtores aproveitarem as altas, principalmente aqueles que venderam pouco da soja 2017/18.As vendas da safra nova também estão atrasadas em relação à média histórica.

Para aqueles produtores que desejam participar de próximas futuras altas na CBOT, ele recomenda a venda da soja disponível e a compra de uma operação de call, que permite receber a diferença "como se ainda não tivesse vendido a soja".