Soja deverá valer entre 9 e 10 dólares, diz economista da Farsul

Publicado em 28/09/2017 09:23
Antônio da Luz indica que produtor precisa diminuir os custos e não contar com o câmbio

Em um momento no qual o mercado mundial passa a olhar para a safra brasileira, especialmente para o clima, para definir os rumos dos preços da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), Antônio da Luz, economista da Farsul, destaca que a questão é preocupante.

Ele lembra que, há dois anos, realizou um alerta para os produtores, quando a soja estava na casa dos US$8/bushel na CBOT e os brasileiros estavam ganhando em câmbio. Ele dizia que, na medida em que o câmbio caísse, isso iria mostrar aos brasileiros um preço ruim

Hoje, a soja gira em torno de US$/10 bushel e os produtores brasileiros não estão contentes com o preço. Isso se deve a momentos nos quais fatores que estavam fora da lavoura estavam baseando as comercializações. O preço da soja melhora na CBOT em função de uma demanda constante. Entretanto, a taxa de câmbio cai no Brasil e exige-se um preço maior para remunerar os custos e a ineficiência logística, como salienta o economista. Para ele, "não dá para aumentar a produção com a mesma infraestrutura".

No ano de 2015, Brasil e Estados Unidos aumentaram 38 milhões de toneladas em produção em um único ano. Mesmo que o consumo mundial seja crescente, a produção está acima do consumo. Na visão de Luz, tentar ganhar em volume, como o Brasil vem fazendo, diminui o preço. E essa questão se torna mais sensível por conta do frete. "O melhor é termos menos volume e um preço mais elevado", analisa.

Um melhor câmbio, segundo o economista, seria um câmbio estável, já que o câmbio alto é apenas um "tapete" para colocar todos os outros problemas embaixo dele. Por sua vez, os preços da soja devem girar entre US$9/bushel e US$10/bushel.

Contudo, ele lembra ainda que a venda é o último passo de uma cadeia que se chama comercialização. As tecnologias ajudam no custo de produção, o que mostra a necessidade de olhar para as propriedades individualmente e fazer o estudo do solo antes de se iniciar uma lavoura.

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Por: João Batista Olivi e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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