Soja em Chicago tem movimento pontual de queda e tendência de alta segue com incertezas sobre o clima na América do Sul

Publicado em 06/12/2017 16:32
Entre os fatores que fizeram os preços da soja em Chicago recuarem estão a revisão dos números de vendas americanas para China, petróleo e realização de lucros

A quarta-feira (6) foi um dia negativo para as cotações da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), que encerraram com quedas em torno de seis pontos, mas que chegaram a atingir dois dígitos durante a sessão.

Mário Mariano, analista de mercado da Novo Rumo Corretora, destaca que o fato de o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ter reduzido em 132 mil toneladas a quantidade de soja vendida para a China, o movimento dos fundos, que compram milho e vendem soja, bem como a queda de 2,3% do petróleo são alguns fatores técnicos que podem ter influenciado este movimento no dia de hoje.

Apesar da previsão de chuvas para a Argentina, o clima no país tende a continuar quente e seco. Segundo Mariano, as chuvas registradas no radar não são suficientes para dar tranquilidade para a safra local, situação que também se reflete no Sul do Brasil. Apenas a província de Buenos Aires deve receber 53% a mais de chuvas do que nas outras regiões, o que indica um padrão espalhado e mal distribuído.

A Austrália também indica que um La Niña moderado poderia trazer uma preocupação mais longa nos primeiros meses de 2018, o que continua dando suporte para a soja na CBOT.

O analista lembra que a exportação brasileira segue acelerada, mas que a China pode ter uma retração parcial neste mês por ter adiantado as compras nos meses anteriores. Os norte-americanos, por sua vez, podem compensar suas vendas atrasadas mais adiante, já que muitos costumam fazer hedge antecipado.

Ele salienta, ainda, que o Brasil, apesar da tendência exposta na CBOT, tem uma divisão de preços por destinos, o que faz com que seja interessante acompanhar, além da Bolsa, os prêmios dos embarques. Além disso, questões como a Lei Kandir, o Funrural e a nova lei de tributação de fretes incidem sobre o mercado brasileiro.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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