Soja como pivô da retaliação da China contra EUA pode promover uma queda muito forte nos preços internacionais

Publicado em 12/03/2018 14:04
Disputa comercial pode abrir boas oportunidades para o Brasil a médio e longo prazos. Alta nos prêmios pode ser o primeiro impacto positivo com uma procura maior pela oleaginosa brasileira. No entanto, força da queda em Chicago pode ser muito maior e mais rápida

Segundo informações da Reuters, há possibilidade de as autoridades chinesas aplicarem medidas de retaliação sobre a soja norte-americana após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentar a tributação sobre o aço e o alumínio.

Como aponta Ginaldo de Sousa, diretor da Labhoro Corretora, essa situação pode ser boa para o Brasil a médio e a longo prazo, mas a curto prazo não é bom, já que uma retaliação derrubaria a Bolsa de Chicago.

Sousa também acredita que os chineses são comedidos e que isso não ocorreria do dia para a noite - mas que, caso haja uma decisão a ser tomada, a soja deve ser a protagonista.

Posteriormente, uma relação comercial bem maior poderia se costurar entre brasileiros e chineses. Mas a China continuaria dependente dos norte-americanos, já que o excedente para a exportação local não atenderia toda a demanda dos asiáticos. Sousa também aponta que o Brasil não possui referência para negociar commodities agrícolas em bolsa própria.

Do lado do mercado, ele lembra que a queda na Argentina já foi precificada e agora, a não ser que apareçam novos fatores no horizonte, o mercado deve se manter estável - de forma que os produtores devem aproveitar as altas.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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