Com poder limitado para retaliação tarifária, China pode usar outras armas contra os EUA e dar novos rumos à guerra comercial

Publicado em 11/07/2018 18:09
Ginaldo de Sousa - Diretor da Labhoro Corretora
Entre as cartas na manga estão a possibilidade de desvalorização da moeda local frente ao dólar, a venda dos títulos da dívida americana já que é um grande detentor destes papéis, além da pressão sobre as empresas americanas instaladas em território chinês

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Entrevista com Ginaldo de Sousa - Diretor da Labhoro Corretora sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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A quarta-feira (11) foi mais um dia negativo para as cotações da soja na Bolsa de Chicago (CBOT). As quedas foram de mais de 20 pontos nos principais vencimentos, com o contrato novembro/18, referência para a safra norte-americana, abaixo dos US$8,50/bushel.

Hoje também ocorreu mais um capítulo da guerra comercial entre Estados Unidos e China, com os norte-americanos tentando ampliar a lista de produtos a serem tarifados, com um valor em torno de US$200 bilhões.

O mercado, como visualiza Sousa, passa por um momento difícil, conversa que "já cansa os players de modo geral", já que os comentários dos últimos tempos só tratam da guerra comercial.

Os chineses, por sua vez, não estão a fim de entrar na disputa com os Estados Unidos, devendo recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e discutir de forma mais calma.

O diretor visualiza que a situação é grave e deve permanecer trazendo problemas não só para os produtos agrícolas, mas para a economia como um todo. Contudo, os chineses não possuem a mesma capacidade de taxação que os norte-americanos.

O que pode ocorrer é a China desvalorizar sua moeda para compensar o imposto que tem de pagar na importação de produtos norte-americanos, bem como buscar novos fornecedores de soja e substituir o farelo de soja por outro tipo de proteína.

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    A "guerra comercial" entre os EUA X China provoca tremores ao redor do mundo.

    Esse velho matuto, entre muitas de suas pescarias, encontrou um artigo que cita os 10 maiores portos marítimos do mundo. Sete são chineses e se localizam em Xangai, Shenzhen, Hong Kong, Ningbo, Gingdao, Guangzhau, Tianjin. Os três que não se encontram na China, são: Cingapura, em Cingapura; Busan, na Coréia do Sul e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Veja que todos os portos se localizam no Continente Asiático, ou seja, já contam com a estrutura para o comércio global.

    Outro detalhe que não devemos nos esquecermos que a Ásia representa 33% da área terrestre do planeta e sua população, é 60% da população da terra. Ou seja, se forem detentores da tecnologia, com certeza esses índices, de território e demográfico farão a diferença no poder hegemônico mundial.

    Acredito que seja esta a razão da ira americana.

    Sei que sou um dinossauro, falando em termos de tempo vivido. Lembro-me que no ginásio, a língua que aprendíamos não era nem o inglês ou espanhol e, sim o francês. Veja que a França nas décadas de 50 e 60 do século passado, ainda tinha alguma influência na América do Sul. Usei essa lembrança, para alertar essas gerações futuras que está na hora, ou já passando, de aprender o mandarim. Haja vista que as mudanças, nos tempos atuais, têm pressa e, na hora que você se dá conta, já mudou.

    Zhè bùshì zh?n de ? ... ... (tradução): Não é mesmo?

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    • Alberto Ap. Pereira Nhandeara - SP

      Muito pertinente seu comentário. Acredito que seja esta a razão da ira americana. Penso exatamente isso... Desespero com a proximidade de PERDA DE PODER GLOBAL... Tenho imensa curiosidade em saber quanto valeria a malha ferroviária chinesa para os Trens de Alta Velocidade (famosos Trem Bala).. Tudo absurdamente Grande, Bonito é Organizado... Nos próximos anos a China terá 35.000 km de linhas para Trem Bala. Atualmente passa dos 25.000 km... Certamente americanos quando veem aquilo devem ficar desesperados........

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