Soja fecha com mais de 12 pts de queda em Chicago corrigindo altas e com notícias fracas da China

Publicado em 13/12/2018 17:02
No Brasil, pressão continua com Chicago ainda sentindo o peso da guerra comercial, prêmios mais baixos e dólar ainda volátil. Importante é garantir uma estratégia eficiente de comercialização.
Marlos Correa - Analista Insoy Commodities

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Entrevista com Marlos Correa - Analista Insoy Commodities sobre o Fechamento de Mercado da Soja

 

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Nesta quinta-feira (13), o mercado da soja começou o dia estável, com pequenas baixas, mas no início da tarde chegou a perder 14 pontos. Essa queda foi amenizada, mas o dia se encerra com dois dígitos negativos na tabela.

Marlos Correa, analista de mercado da Insoy Commodities, aponta que esse movimento era previsível. Houve o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na terça (11) que confirmou altas nos estoques finais da soja norte-americana e da soja mundial, além de um aumento de produção a nível de Brasil.

A China entrar novamente no mercado, entretanto, mantém uma leve reposição, mais altista. Só que hoje a euforia dessa compra já passou, uma vez que "Chicago está cansada de escutar promessas e a questão não se concretiza".

Ainda não dá, entretanto, para definir uma tendência de baixa, embora não tenha nenhum sinal de que o acordo entre Estados Unidos e China vá ser efetivo.

O Brasil pode chegar a uma produção de 130 milhões de toneladas e o mercado não cai porque a demanda sustenta. Assim, o movimento lateral é o que mais pode ser observado por agora.

Há uma pressão dos prêmios internos, mas os preços registrados no interior e nos portos ainda garantem certa margem ao produtor. Correa lembra também que a soja brasileira tem boa qualidade e que o mercado lá fora está de olho nisso também.

USDA confirma vendas de soja dos EUA para a China (REUTERS)

(Reuters) - Exportadores privados venderam 1,13 milhão de toneladas de soja norte-americana para entrega na China, informou o Departamento de Agricultura dos EUA nesta quinta-feira, confirmando vendas reportadas pela Reuters no dia anterior, à medida que as tensões comerciais diminuem.

Operadores disseram na quarta-feira que a China, maior importadora de soja do mundo, reservou suas primeiras compras significativas de soja nos Estados Unidos em mais de seis meses, depois de uma trégua comercial alcançada em 1º de dezembro.

As vendas acontecem depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, concordaram com uma trégua de 90 dias na guerra comercial para negociar um acordo após uma reunião na cúpula do G20 em Buenos Aires.

As regras diárias de relatórios de vendas de exportação do USDA exigem que os exportadores informem imediatamente as vendas de 100.000 toneladas ou mais de uma commodity feita em um único dia, mas os compradores nem sempre são imediatamente informados.

No ano passado, a China comprou cerca de 60 por cento das exportações de soja dos EUA, em transações avaliadas em mais de 12 bilhões de dólares.

A China praticamente havia abandonado o mercado dos EUA depois que Pequim impôs tarifas sobre as remessas norte-americanas em 6 de julho, em retaliação aos impostos norte-americanos sobre os produtos chineses.

Com as exportações para a China secando, os preços da soja nos EUA caíram para seus níveis mais baixos em uma década. Eles subiram a máximas em mais de quatro meses na quarta-feira, mas operavam em queda nesta quinta-feira.

(Reportagem de Julie Ingwersen e Karl Plume em Chicago)

 

Por: Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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