Soja americana sem imposto, colocada na indústria em SP, equivale a R$ 150,00/sc contra R$ 143,00/sc da Argentina

Publicado em 27/08/2020 17:27 e atualizado em 28/08/2020 03:14
Já o milho argentino está 25% mais caro que o brasileiro e o americano custa 35% mais, o que abre caminho para novas altas no mercado interno
Flávio França Jr. - Chefe do Setor de Grãos da Datagro Consultoria

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Entrevista com Flávio França Jr. - Chefe do Setor de Grãos da Datagro Consultoria sobre o Fechamento de Mercado da Soja

 

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Uma combinação de fatores puxou forte os preços da soja nesta quinta-feira (27) e o mercado encerrou o dia com altas de mais de 1,5% na Bolsa de Chicago. Boas notícias foram reportadas do lado da demanda, enquanto o clima nos EUA preocupa em determinados pontos do Corn Belt. 

Assim, os futuros da soja - que registram suas máximas em pelo menos sete meses na CBOT - terminara a sessão acima dos US$ 9,40 por bushel, testando níveis acima dos US$ 9,50 ao longo do dia nas posições mais distantes, com altas de 10 a 16,50 pontos. Subiram também os preços do milho e do trigo nesta quinta, liderados por este último, que subiu mais de 2%. 

Leia também: Soja tem máximas em 7 meses com combinação de seca em partes do Corn Belt e demanda forte

Segundo Flávio França Júnior, chefe do setor de grãos da Datagro Consultoria, três fatores foram fundamentais para que a soja chegasse ao patamar atual: os prejuízos da safra americana após intempéries climáticas no país, a demanda constante pela soja dos EUA e o mercado financeiro voltando gradativamente após a crise economica causada pelo Covid-19. Além disso, a taxa de câmbio acima de R$ 5,50 também é um fator que tem favorecido o produtor brasileiro.

No entanto, ela alerta que, para haver uma continuidade no aumento para os preços da soja, além da continuidade da demanda forte, novos fatores precisam surgir. Como exemplo, ele cita a possíbilidade do fenômeno La Ninã, o que poderia afetar a produtividade na América do Sul.

Sobre a possibilidade do país zerar a taxação para commodities importadas, Flávio França diz que isso já está ocorrendo, uma vez que o Brasil está importando produtos de países do Mercosul. Porém, o fim da taxação possibilitaria a importação de produtos de outros países, como os Estados Unidos. Esse possível cenário não agradaria os produtores rurais brasileiros, enquanto que agradaria as indústrias e serviria para conter uma possível inflação sobre os preços dos alimentos no Brasil.

Ainda de acordo com o analista, a soja americana sem imposto, colocada na indústria em SP equivale a R$150,00/sc contra R$143,00/sc da argentina. Já o milho argentino está 25% mais caro que o brasileiro e o americano custa 35% mais, o que abre caminho para novas altas no mercado interno.

Veja ainda: ABIOVE: Não falta soja no Brasil e medida de zerar tarifa para países de fora do Mercosul é política

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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