Rabobank: Estoques de passagem da soja são os menores em 6 anos e mercado monitora oferta da América do Sul

Publicado em 26/11/2020 11:18 e atualizado em 26/11/2020 12:29
Estimativa para safra do Brasil é de 130 mi de t e projeção dos preços fica entre US$ 12,00 e US$ 12,40 por bushel em Chicago. Demanda intensa e disputa por área dos EUA para safra 2021/22 também no radar do mercado, bem como as vendas antecipadas fortes do BR.
Victor Ikeda - Analista de Grãos do Rabobank

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Entrevista com Victor Ikeda - Analista de Grãos do Rabobank sobre as Perspectivas para o Mercado da Soja

 

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O Rabobank estima ainda preços bastante sustentados no mercado da soja para 2021, em um intervalo das cotações na Bolsa de Chicago de US$ 12,00 a US$ 12,40 por bushel, na média. Por trás destas perspectivas estão uma safra 2020/21 menor dos EUA; uma demanda muito intensa da China - com as importações podendo chegar a 100 milhões de toneladas no presente ano comercial - e estoques americanos nos menores patamares desde a temporada 2013/14, como explica o analista de grãos do banco, Victor Ikeda, em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

A estimativa do Rabobank para a safra 2020/21 de soja do Brasil é de 130 milhões de toneladas, número menor do que a média de outras consultorias - que ainda apostam em volumes entre 133 e 135 milhões de toneladas -, registrando um aumento de área, mas com a necessidade constante de monitoramente do clima para entender o futuro dos números. 

"Tivemos um atraso de plantio aqui no Brasil devivo ao atraso das chuvas, mas ainda temos que monitorar o clima, especialmente nos meses de dezembro e janeiro (...) Acreditamos que em caso de chuvas abaixo do esperado, em um cenário de alta probabilidade de La Niña, isso possa vir a ocasionar revisões para baixo", diz Ikeda. 

Para a Argentina, a projeção é de uma safra de 50 milhões de toneladas. 

No cenário interno, as perspectivas do Rabobank dão conta também de um aumento do esmagamento de soja na ordem de 2% em relação a 2020, para 45,4 milhões de toneladas, alimentadas principalmente pela possibilidade do aumento da mistura mandatória de 12% para 13%, que aumenta a demanda por óleo de soja, e também com um consumo maior esperado de farelo de soja, com uma necessidade maior de produção dado o incremento esperado também a produção de proteínas animais. 

O futuro do andamento das operações nas indústrias argentinas de processamento de soja, buscando compreender qual será o espaço que os produtos brasileiros ainda terão no próximo ano. 

Concluindo a análise, Ikeda destaca a importância da disputa por área nos EUA na próxima temporada para o andamento dos preços. 

"Esperamos um aumento de área nos EUA no ciclo 2021/22. Mas se só a soja estivesse se destacando nesta cesta de commodities, teríamos uma expansão de área maior, o que poderia provocar uma correção de preços. Mas a soja vai competir não só com o milho, mas também como o algodão. Assim, se espera um aumento de área nos EUA, mas ainda não suficiente para suprir o crescimento da demanda. Isso só deve se consolidar na safra 2021/22 da América do Sul", explica o analista. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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