Complexo Soja do Brasil teve 2020 histórico e, apesar dos desafios, deve ter 2021 de safra recorde e preços altos

Publicado em 30/12/2020 10:07 e atualizado em 03/01/2021 11:23
Maior desafio, segundo presidente da Aprosoja Brasil, deverá se dar no equilíbrio da comercialização e bom aproveitamento das oportunidades. Clima adverso desde o início do plantio limita média de produtividade, porém, é compensada pela área recorde de plantio.
Bartolomeu Braz Pereira - Presidente da Aprosoja Brasil

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2020 termina com o Brasil se consolidando e afirmando como o maior produtor e exportador mundial de soja. A oleaginosa foi o principal item da pauta exportadora do Brasil, já que carrega uma considerável e importante competitividade não só em termos de preços, mas também de qualidade em relação seus principais concorrentes, os EUA e a Argentina. 

Da mesma forma, a importância da soja para o mercado interno também foi significativa. Os preços alcançaram patamares recordes, historicamente altos, mas que exigiram estratégias ainda mais detalhadas para a comercialização, tanto por parte dos vendedores, quanto dos compradores. 

A saca de soja chegou a bater nos R$ 170,00 ao longo do ano, com muitas vezes o mercado interno pagando melhor do que a exportação dada a demanda intensa e os estoques quase inexistentes no segundo semestre. 

"O grande desafio em 2020 foi a pandemia do Covid-19. Perdemos muitos amigos pelo caminho, uma marca que também fica nessa pandemia. Mas na produção, tivemos alguns problemas já na entrega da safra, principalmente com a seca no Rio Grande do Sul, excesso de chuvas na região Centro-Norte, e com esse desafio do Covid, ainda entregamos a maior safra do globo terrestre, com quase 125 milhões de toneladas", lembra o presidente da Aprosoja Brasil, Bartholomeu Braz Pereira. 

Para 2021 e para os próximos anos, o presidente acredita que um dos principais desafios e objetivos tem que se a busca pelo sojicultor brasileiro de mais conhecimento para ser aplicado nas ferramentas de comercialização, entendimento dos efeitos do câmbio, do mercado futuro e do papel de produção brasileira no cenário internacional. 

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Além disso, destaca ainda as preocupações que o clima ainda traz para os produtores. Apesar de uma área recorde tendo sido semeada - mais de 38 milhões de hectares, a perspectiva da Aprosoja Brasil é de que a produtividade média fique limitada em função das adversidades. "A produtividade já está um pouco mais abaixo", diz. Assim, o quadro preocupa diante das vendas antecipadas já muito adiantadas para a produção da safra 2020/21. 

A estimativa da associação para a safra do Brasil variam entre 128 e 129 milhões de toneladas, já abaixo do último número da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) de 134 milhões de toneladas. 

2020 foi marcado ainda por duras críticas - especialmente de instituições internacionais - ao agronegócio brasileiro e sua relação com a preservação ambiental. No entanto, definido como ao ano da comunicação pela Aprosoja Brasil, a comunicação do setor para fora da porteira foi aprimorada e ganhou espaço ainda maior, principalmente entre a população urbana, levando informação de qualidade e responsável. 

2021 deverá, portanto, ser um ano ainda melhor para o complexo soja e todos os profissionais envolvidos na cadeia produtiva de um dos mais importantes produtos do agronegócio brasileiro. 

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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