Soja: Com atraso na colheita, Brasil tem maior lineup da história de 19 mi de t a serem embarcadas

Publicado em 01/03/2021 10:25 e atualizado em 01/03/2021 11:32
Volume deve ser embarcado em 45 dias e reforça a demanda agressiva pelo produto brasileiro. Com normalização dos embarques, prêmios devem voltar a subir e vendedores ainda terão boas oportunidades a frente.
Matheus Pereira - Sócio-Diretor da Pátria Agronegócios

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Entrevista com Matheus Pereira - Sócio-Diretor da Pátria Agronegócios sobre o Mercado da Soja

 

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O atraso na colheita brasileira de soja já reflete no maior lineup - navios em processo de embarques, mais os atracados e os já nominados para serem carregados com soja no país e estão em rota para chegar à costa - em 19 milhões de toneladas a serem embarcadas, como informa ao Notícias Agrícolas a Pátria Agronegócios. O volume tem de ser embarcado nos próximos 45 dias e chama atenção, justamante, por conta do ritmo ainda lento nos trabalhos de campo em importantes regiões produtoras do país. 

"E isso reflete, primeiro, o apetite muito agressivo mundial pela soja brasileira, focado principalmente no mercado asiático, e também toda essa falta de atividade de escoamento no interior do país para os portos de exportação, com navios vazios se acumulando. E agora que estamos conseguindo encher esses navios para sair do país", explica Matheus Pereira, diretor da Pátria Agronegócios. 

Na última semana, o Brasil embarcou, aproximadamente, 2,6 milhões de toneladas da oleaginosa e a tendência é de que o ritmo vá se normalizando - a depender também das condições climáticas - dando mais rapidez e fluência a este escoamento. E se normalizando, o movimento poderia vir, inclusive, a promover uma recuperação dos prêmios no mercado nacional. 

"Os prêmios já estão se reestabelecendo, mas ainda estão subvalorizados e há uma capacidade muito forte de voltarem a se realçar com agressividade nessas próximas semanas. Como eu disse, temos a maior fila de embarques da história do Brasil, uma safra que é recorde pelo crescimento de área e não por uma produtividade saudável esse ano", diz Pereira. 

Dessa forma, o analista explica também que esses três pilares de formação para os preços da soja no mercado do Brasil têm tendência de alta, o que ainda reserva boas oportunidades de preços para o restante da safra 2020/21 a ser comercializada. Pereira reforça ainda que o segundo semestre será de acirrada disputa da pouca oferta entre as indústrias nacionais e mais a exportação. 

Segundo o último levantamento da Pátria Agronegócios, a colheita da soja está concluída em 23,43% da área, contra 42,57% do mesmo período do ano passado e dos 42,77% da média dos últimos anos. A estimativa da consultoria é de uma safra de 129,8 milhões de toneladas. 

"São números recheados de incertezas, cenários favoráveis aos preços, mas preocupantes para o produtor rural, que ainda está inapto a tirar essa soja do campo, principalmente nas regiões mais ao norte do Brasil. A preocupação está no campo, mas o alívio vem dessa tendência contínua de alta dos preços", conclui Pereira. 

 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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