Condições extremas de clima levaram ao abortamento de vagens que tirou até 20% da produtividade da soja 20/21 no MT

Publicado em 09/06/2021 10:01 e atualizado em 09/06/2021 10:50
Pesquisa da Universidade Federal do Mato Grosso identificou série de fatores que culminaram neste cenário de perdas, que somadas as quedas de qualidade dos grãos, tiraram até 50% da produtividade em comparação ao ciclo anterior 2019/20
Alana Tomen - Pesquisadora da Proteplan

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Condições extremas de clima levaram ao abortamento de vagens que tirou até 20% da produtividade da soja 20/21 no MT

 

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A última safra de soja 2020/21 registrou a ocorrência de vagens abortadas no Mato Grosso. A principal região onde a situação ocorreu foi a médio-norte ao longo da BR-163, mas relatos apareceram em outras localidades do estado e até em lavouras de Rondônia.

As perdas de produtividade, com relação à safra anterior, ficaram entre 4 e 8% nas lavoras de sequeiro e entre 4 e 20% nas irrigadas, de acordo com uma pesquisa elaborada pela Universidade Federal do Mato Grosso.

Segundo a pesquisadora da Proteplan, Alana Tomen, um conjunto de fatores formaram este cenário negativo para as plantas. A combinação de temperaturas elevadas e restrição hídrica desde o descanso vegetativo das plantas impediu o bom crescimento das vagens, e quando os grãos começaram a se formar não havia espaço suficiente, gerando fissuras nas vagens.

Através dessas aberturas, fungos oportunistas entraram na planta a atuaram para apodrecer as vagens.

Além das perdas quantitativas, a pesquisadora destaca que houve perdas qualitativas de até 30% na temporada. Sendo assim, nos piores casos, as perdas chegaram em até 50% somando-se a quantidade de grãos e a qualidade deles.

Em condições semelhantes a desta safra é difícil impedir o avanço do problema e aparecimento dos prejuízos, mas existem algumas ações que os produtores podem tomar para mitigar os problemas. Tomen aponta que, entre elas, estão a adubação equilibrada, maior cuidado com o sistema radicular e promoção de plantas sadias.

Confira a íntegra da entrevista com a pesquisadora da Proteplan no vídeo.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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