Soja: apesar da alta de 30% nos custos da próxima safra , preços atuais no Brasil garantem boas margens, diz Agrinvest

Publicado em 14/08/2021 06:02 e atualizado em 14/08/2021 06:34
Soja em Chicago encerra a semana em alta com volta da demanda chinesa e recuo na oferta americana da safra nova
Marcos Araújo - Analista da Agrinvest

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Entrevista com Marcos Araújo - Analista da Agrinvest sobre o Fechamento do Mercado da Soja

O mercado da soja terminou a semana na Bolsa de Chicago com altas de 18 a 26 pontos nos principais contratos, com o novembro/21, referência para a safra americana, cotado a US$ 13,65 por bushel, e o março/22, com US$ 13,61 no encerramento do pregão desta sexta-feira (13). Como explicou o analista de mercado Marcos Aráujo, da Agrinvest Commodities, boa parte destas altas veio da demanda - que trouxe bons e fortes sinais nos últimos dias - mas também da redução na produção e produtividade da safra 2021/22 norte-americana reportada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta (12). 

"Tivemos novas ameaças de Covid na China ameançando a locomoção das pessoas, praticamente um lockdown. Há também a pressão sanitária e a logística está bastante lentar por lá, e isso tudo fez com que muitos produtores de ração se antecipassem a novos problemas, entraram comprando farelo de soja no mercado chinês, o que fez com que os estoques das indústrias diminuissem e, por consequência, as importadoras de grãos chinesas voltaram a comprar e esses reportes de compras deram sustentação aos preços", afirmou Araújo. 

Assim, o analista ainda alerta para essa relação dos números da menor rendimento norte-americano e da volta das compras da China. "As lavouras nos EUA não tem espaço para novas reduções de produtividade (...) Isso faz com que as baixas em Chicago fiquem cada vez mais limitadas", complementa. 

No mercado nacional, os preços seguem bastante remuneradores tanto para o volume restante da safra 2020/21, quanto para os negócios com a safra nova brasileira. As estimativas para a nova colheita no Brasil indicam para mais de 140 milhões de toneladas e os preços, aos poucos, começam a refletir essa nova realidade e entender o caminho que os preços devem fazer. 

Na entrevista desta sexta ao Notícias Agrícolas, Marcos Araújo fez cálculos em tempo real mostrando que os atuais patamares de preços seguem bastante remuneradores aos produtores brasileiros, e que há diversas ferramentas de comercialização disponíveis de forma que ele possa aproveitar todas estas oportunidades. 

Acompanhe no vídeo acima. 

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Por: Aleksander Horta e Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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