Tendência de alta para soja em Chicago, a partir de outubro, passa por revisões na oferta americana, diz Ag Resource

Publicado em 24/09/2021 17:01 e atualizado em 25/09/2021 19:20
Tarso Veloso - Diretor de Operações da AgResource
Valorização deve ser motivada pela revisão nos estoques americanos e menor produtividade na safra atual

Podcast

Entrevista com Tarso Veloso - Diretor de Operações da AgResource sobre o Fechamento de Mercado da Soja

 Logotipo Notícias Agrícolas

Mais um dia de curtas variações para os futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT). O mercado da oleaginosa seguiu oscilando ao redor do patamar de US$ 13 por bushel nos principais contratos e agora espera por novidades que possam estimular oscilações mais expressivas, como relatório de estoques trimestrais dos EUA no fim do mês e o de oferta e demanda em outubro.

Os principais vencimentos da soja na CBOT fecharam esta sexta-feira na estabilidade até ganhos de 0,6 ponto. O contrato de novembro/21 registrou valorização de 0,6 ponto, negociado a US$ 12,85 por bushel, com máxima de US$ 12,90 e mínima de US$ 12,78 por bushel. Já o maio/22, mais distante, ficou estável no dia, valendo US$ 13,03 por bushel.

“A gente tem agora esse potencial de ver o mercado voltar a subir, caso se confirme que a safra americana é menor do que se tinha sido pensado... A gente já viu a produtividade sendo cortada e a gente pode chegar a um ponto que ela pode ser menor ainda. Isso vai causar um aperto nos estoques dos EUA ainda maior”, diz Tarso Veloso, diretor de operações da AgResource.

Produtores norte-americanos, por exemplo, segundo Veloso já tem relatado rendimento da colheita em níveis abaixo do esperado, inclusive do que os que foram estimados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA).

“A gente fala em uma safra de soja de 49 bushels por acre. A safra começou muito grande, mas a gente teve seca em parte do cinturão, problema de tempestade, então essa safra sempre foi sendo cortada. Se a gente reduz a safra hoje em quatro ou cinco bushels por acre, a gente tá falando de uma redução de 400 milhões de bushels no final do ano”, diz Veloso.

O analista ainda pontua que, caso o relatório não seja altista para o mercado como o esperado, os operadores passarão a olhar mais atentamente a demanda, as vendas diárias e as semanais, além da safra no Brasil.

“A gente precisa que a demanda também continue firme. Se a China, por ventura, comprar menos neste ano ou então resolva compra do Brasil no ano que vem, isso pode ser depressivo para os preços. Porém, a gente não acredita que esse seja o cenário”, pontuou o analista em meio aos temores com as restrições de energia na China até com fechamento de indústrias.

MERCADO INTERNO

De acordo com Tarso Veloso, essa última semana foi marcada pelo registro de algumas vendas por parte de produtores de soja. “Eu acho que tem muita oportunidade boa. Tem safra americana, safra brasileira, comércio internacional... Muitas oportunidades boas para venda... e os patamares são recompensadores”, destacou o analista de mercado.

As cotações da soja no mercado físico não tiveram tendência clara nesta sexta-feira, com quedas e altas nas praças de comercialização. Em Não-Me-Toque/RS, por exemplo, o dia foi de estabilidade com a saca a R$ 159,00, assim como em Palma Sola, Santa Catarina, a R$ 162,00, e São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul, a R$ 160,00. Já Ponta Grossa, no Paraná, registrou saca a R$ 173,00 com alta de 1,76%.

Nos portos, os indicativos estão em cerca de R$ 170,00 por saca no disponível e cerca de R$ 160,00 para 2022.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Aleksander Horta e Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

2 comentários

  • Aloísio Brito Unaí - MG

    Tem muito milho. Se eu não estiver enganado, por favor me corrijam, mas acho que fixaram milho em preços muito bons. Por isso essa quantidade de milho.

    6
  • Aloísio Brito Unaí - MG

    Quero só tentar colaborar um pouco com informações adquiridas.

    Nos USA, especificamente "CornBelt", por onde andei, as lavouras estão boas. Só no leste do Colorado e oeste de Nebraska, eu percebi lavouras de milho mais fracas, as que não são irrigadas, com déficit grande na produtividade ou até mesmo algumas perdas totais, praticamente. Ali só planta milho e produz pasto(feno)aonde as irrigações são fracas e as lavouras pouquíssimas.

    Agora, Nebraska, depois que entra no início mesmo do CornBelt, aí meus colegas, até Iowa, região de Dakota sul e norte,Illinois e Minnesota, as lavouras me pareceram boas a muito boas, raríssimas excessões de lavouras fracas. As boas, não me pareceram excepcionais, mas normais. Estão iniciando as colheitas, o milho ainda entrando no ponto de colheita, alguns até colheitas antecipadas. As áreas de soja me pareceram muito normais também, colheita mais adiantada que a do milho, mas pouca coisa. Quase a mesma situação do milho, no entanto a colheita está mais adiantada do que a do milho. Percebi um pouco de soja deitada por ventanias, no estágio ainda caindo as últimas folhas, mas pouca coisa de areas observadas. Esses ocorridos foram percebidos só na soja. Mas é isso, as previsões são boas, bem melhores do que o ano passado, pelo que dizem por aqui. Os agricultores estão com a cara boa nos restaurantes e ruas das cidades do interior. Hehehe. Espero que tenha ajudado com um pouco. As vezes seja muito superficial a proporção de área que vi, mas andei um bocado de Km para conhecer pela primeira vez esses o interior desses Estados Americanos.

    Um link para mais informações que acompanho. Acho que USDA sabe o que controla. Esses caras, nós sabemos, são profissionais. Conhecem seus números muito bem.

    https://www.agrinews-pubs.com/business/2021/08/19/record-yields-usda-forecasts-historic-bushels-for-corn-soybeans-wheat/

    6
    • carlo meloni sao paulo - SP

      Sr Aloisio, parabens pelo texto muito interessante e obrigado pelas informaçoes.

      3
    • Aloísio Brito Unaí - MG

      Não há de quê Sr Carlo. .. Como sou um apaixonado pela terra, mato e por fazendas, não posso deixar de comentar essa terra preta do clima temperado do norte, parecendo canteiro de horta bem cuidada. Com esse solo, possivelmente, pode chover bem menos que ainda terão produtividades satisfatórias. Muito raramente vejo uma lavoura estranha, fraca e aparentemente escura, ou de plantas baixas, quando as vejo, normalmente estão bem próximas de lavouras boas, não tem sentido ser stress hídrico, as vezes plantou cedo demais.

      Em norte centro de Minnesota e Wisconsin, as lavouras estão no meio das florestas, áreas menores na região central, tem soja, mas a maioria lavouras de milho, ciiclo vegetativo ainda finalizando, plantas mais verdes, mas muita mais produtivas aparentemente do que o restante observado anteriormente. Clima ficou melhor por aqui, depois de uma chuvinha dias atras. Ontem nublado, hoje céu aberto e colheita pra todo lado antes de entrar em Wisconsin.

      Pois é caros colegas,,, Em uma semana desço para os Estados onde as chuvas torrenciais resultantes do furacão IDA lavou. Vamos ver como estão por lá.

      2