Chicago se movimenta pouco com falta de notícias, mas clima na Argentina pode levar a soja aos US$ 15/bushel

Publicado em 14/12/2022 17:31 e atualizado em 14/12/2022 18:21
Ginaldo de Sousa aponta que perda de produção na Argentina já é dada como certa e este cenário tende a elevar as cotações da soja tanto no mercado internacional, quanto para o produtor brasileiro
Ginaldo de Sousa - Diretor Geral do Grupo Labhoro

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Chicago se movimenta pouco com falta de notícias, mas clima na Argentina pode levar a soja aos US$ 15/bushel

O mercado da soja fechou a quarta-feira (14) em campo misto e sem direção bem definido na Bolsa de Chicago. Os primeiros vencimentos subiram, enquanto os seguintes fecharam o dia no vermelho. O janeiro concluiu o dia com US$ 14,28 por bushel e alta de 2,50 pontos, enquanto o maio foi a US$ 14,88, recuando 0,50 ponto. A semana tem sido bastante volátil para os futuros da oleaginosa em grão, do farelo e do óleo. 

"Faltam notícias fundamentais que pudessem mexer com o mercado", como explicou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa. "Com o clima na América do Sul sendo o foco principal, os player resolveram puxar um pouco o mercado. Depois, começou a olhar as questões do mercado financeiro", destacando o aumento da taxa de juros nos EUA pelo Federal Reserve em 0,5%.

E as previsões seguem indicando poucas chuvas no radar, tanto para o Brasil, quanto para a Argentina. As lavouras, sobretudo as argentinas, continuam sofrendo muito, registrando perda de potencial produtivo, porém, ainda sem ser possível mensurá-la. 

O plantio por lá segue bastante atrasado, a seca é muito severa e as bolsas - como Rosário e Buenos Aires - já fazem suas correções nas estimativas de safra. 

Para o Brasil, a situação é de irregularidade. "De Santa Catarina para cima, a tendência é de uma super safra. Ao olhar os mapas e verificar a situação de cada estado, principalmente lá em cima, no Nordeste e Centro-Oeste, os mapas indicam uma boa safra. Isso faz com que o produtor, ao olhar a situação do Rio Grande do Sul e da Argentina (de extrema seca por mais um ano), se retraia (nos negócios)", explica. 

Os sojicultores seguem fazendo negócios em um ritmo mais lento, da mão para a boca, sem avançar muito, focado no caminhar da safra 2022/23. Apesar dos problemas mais graves estarem mais concentrados no sul do Brasil, há outros pontuais que também têm tirado o sono do produtor. 

Por: Guilherme Dorigatti e Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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