Chicago deve voltar do feriado com pressão negativa no milho e soja podendo seguir em alta

Publicado em 04/07/2023 16:55 e atualizado em 05/07/2023 11:35
Falta da referência internacional limitou os negócios no Brasil nesta terça-feira
Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest

As cotações da soja no Brasil tiveram uma terça-feira (04) de pouca movimentação devido à ausência da referência da Bolsa de Chicago (CBOT), que ficou fechada pelo feriado de 4 de julho nos Estados Unidos. 

O analista de mercado da Agrinvest, Eduardo Vanin, destaca que a comercialização da soja no Brasil está lenta de forma geral, com os produtores segurando suas vendas. A situação logística também tem impacto, com falta de espaço para armazenamento do milho recém-colhido. 

Neste cenário, o produtor brasileiro vive um dilema entre vender a soja armazenada para abrir espaço para o milho recém-colhido, ou segurar mais a soja e vender o milho conforme a colheita avançar. 

Na visão de Vanin, vender o milho agora pode não ser vantajoso devido aos baixos preços e às contas de produção que não seriam pagas. Além disso, a relação de preço entre milho e soja não está favorável no momento. Nas contas do analista, 1 saca de soja está valendo 3,5 de milho, em uma relação que era de 1 para 2,5 na safra passada. 

Já pensando na próxima safra 2023/24, há expectativa de uma redução da área de milho verão em detrimento de um possível aumento da área de soja. Além disso, para a segunda safra, alguns produtores estão considerando culturas alternativas, como gergelim, girassol ou pastagens apostando na pecuária. 

De olho nos Estados Unidos, o clima melhorou, especialmente para o milho, com boas chuvas nos últimos dias, justamente nas áreas mais necessitadas. No entanto, ainda há incertezas em relação à qualidade das lavouras americanas.  

Sendo assim, Vanin espera que na quarta-feira, com a volta das atividades em Chicago a partir das 10h30 (horário de Brasília), as cotações do milho tenham um viés negativo influenciado pelo aumento de área plantada e pela melhora na qualidade das lavouras dos EUA indicada pelo USDA. Já para a soja, a tendência deve ser mais positiva diante da redução de plantio e possibilidade do USDA diminuir a projeção de produtividade em seus próximos reportes. 

Confira a íntegra da entrevista com o analista de mercado da Agrinvest no vídeo. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja fecha de lado em Chicago e sobe onde ainda há negócios no Brasil frente ao dólar alto
Soja segue ainda lateralizada na CBOT nesta tarde de 3ª, com suporte do farelo
Soja opera com estabilidade em Chicago nesta 3ª feira, acompanhando fundamentos
Soja fecha o dia com leves altas em Chicago acompanhando forte avanço do óleo
Guerra Comercial 2.0: Trégua entre EUA e China e impactos no mercado de soja; confira análises da Hedgepoint Global Markes
Soja segue em alta na CBOT, mas ameniza ganhos na tarde desta 2ª feira