Prêmios da soja disparam no Brasil neste início de semana frente ao atraso na chegada da nova safra
Brasil tem prêmios melhores de soja com mercado demandado, mas atraso da chegada da nova safra de soja
O mercado da soja teve um início de semana lento na Bolsa de Chicago, porém, um pouco mais aquecido no Brasil, com a melhora dos prêmios nos portos do país. O atraso da chegada da nova safra por conta das adversidades climáticas ao passo em que a demanda pelo produto nacional vai se intensificando mexeu com os movimentos no país.
"Temos visto um mercado que tem se baseado muito no atraso da entrada de safra brasileira, com um janeiro mais fraco nas exportações, o line-up, inicialmente, mostrando bons níveis de embarques, mas muiras cargas tiveram de ser realocadas, justamente, por falta de produto e o lastro disso vem no prêmio. Então, o que vemos é uma disparada dos prêmios, mas tendo ainda alguma volatilidade, até mesmo com movimentos conflitantes", detalha o analista de soja da Safras & Mercado, Rafael Silveira.
Assim, os prêmios que vinham negativos para estes primeiros meses do ano, já passaram para o campo positivo, testando até algo como 10 pontos acima das referências de Chicago. Isso tem feito, inclusive, com que os preços no interior do país cheguem a superar a paridade de exportação neste momento.
"Essa janela de curto prazo, que tem soja disponível, acaba se beneficiando e conseguindo um preço melhor. Mas, frisamos que isso é no curto prazo, afinal, a safra brasileira, embora atrasada, ainda vai pressionar os preços, principalmente no mês de março", complementa Silveira. "É muito importante olharmos para o timing do preço. Se (o mercado) está dando condição para fechar algum négocio que, pelo menos, mantenha suas margens operacionais, por enquanto, é momento de fazer negócios porque, se olharmos para frente, a condição do preço do físico deve cair bastante, justamente na entrada do pico da safra brasileira", explica o analista da Safras.
BOLSA DE CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam o dia com estabilidade no pregão desta segunda-feira. Os dois primeiros vencimentos terminaram o dia sem variação, com o maio valendo US$ 10,65, enquanto os dois seguintes recuaram entre 0,50 e 0,75 ponto, com o julho cotado a US$ 10,80 por bushel.
Os preços pouco se movimentam com os traders se ajustando antes da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Dessa forma, perto de 14h55 (horário de Brasília), os principais vencimentos perdiam entre 0,25 e 0,50 ponto, com o maio sendo cotado a US$ 10,65 por bushel.
As incertezas sobre a escalada tarifária dos EUA pressionam o mercado da soja. Mercado se prepara para divulgação do USDA de amanhã, com atualização da Safra América do Sul.
O reporte mensal de oferta e demanda do USDA chega nesta terça-feira (11), às 14h (horário de Brasília), e as expectativas indicam um novo corte nos estoques finais norte-americanos de soja e milho, bem como uma revisão nos números das safras da América do Sul, as quais ainda sofrem com algumas adversidades climáticas.
Paralelamente, o presidente americano Donald Trump continua sinalizando seus próximos passos da política tarifária e esse é mais um ponto de atenção - ainda - dos traders.