China deve vir agressiva às compras de soja nos próximos meses para garantir cobertura e mira oferta do Brasil

Publicado em 15/04/2025 16:42 e atualizado em 15/04/2025 17:37
Momento continua sendo de oportunidade para o mercado brasileiro, porém, com Argentina agora se mostrando como mais uma origem importante para a nação asiática.
Ronaldo Fernandes - Analista de Mercado Royal Rural
Podcast

China deve vir agressiva às compras de soja nos próximos meses para garantir cobertura e mira oferta do Brasil

Os preços da soja terminaram o dia com estabilidade na Bolsa de Chicago, mais uma vez nesta terça-feira. Os futuros da oleaginosa perderam entre 2 e 5,75 pontos nos principais contratos, com o maio valendo US$ 10,36 e o setembro, US$ 10,25 por bushel. O mercado operou durante o dia todo de lado e, como explicou o analista de mercado e diretor da Royal Rural, Ronaldo Fernandes, há muitas notícias para o mercado digerir neste momento, o que o deixa na defensiva neste momento, principalmente depois das altas fortes registradas na semana anterior. 

No horizonte dos traders estão o início do plantio americano - em 2% até o último domingo, segundo informou o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o clima no Meio-Oeste americano, o final do dólar blend na Argentina - que pode motivar novas vendas de soja em grão e farelo -, além da guerra comercial ainda se desdobrando entre as duas maiores economias do mundo. 

Assim, na CBOT, o mercado opta por manter-se na defensiva, esperando por cenários mais claros daqui em diante. Um acordo entre os dois países podendo sair também está na conta, mas ainda distante. "É uma briga de egos o que estamos vendo agora", diz Fernandes.

De outro lado, o mercado observa ainda a China precisando de mais soja, também como explica o diretor da Royal, e o foco de sua demanda permanece sobre o produto do Brasil. 

"Temos que olhar para o consumo da China. Vimos em março a China importar os menores níveis. Em menos de 17 anos, a China nunca teve um período em que tenha embarcado tanta pouca soja em março, isso quer dizer que de onde ela recebe em março, ninguém estava entregando (...) E as indústrias privadas estavam desabastecidas, com os estoques concentrados na mão do governo. Isso diz pra gente que a China vai ter que vir com mais agressão para abastecer seu mercado entre abril e junho. O que esperamos é que esse pequeno volume que vimos em março seja o contrário a partir de junho", explica. 

Acompanhe a análise de Ronaldo Fernandes na íntegra com o vídeo acima. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja sobe em Chicago com atenção à demanda da China e clima na AMS, mas preços sentem leve pressão no BR nesta 5ª feira
Safra 25/26: primeiro foco de ferrugem asiática em área comercial é confirmado em MS
Empresas da Índia cancelam importação de óleo de soja após alta no preço, dizem traders
Soja sobe levemente em Chicago nesta 5ª feira, esperando pelo USDA e monitorando notícias conhecidas
Soja fecha com quase 1% de baixa em Chicago nesta 4ª feira e deixa negócios no BR ainda mais limitados
Soja recua em Chicago nesta tarde de 4ª feira, acompanhando perdas de mais de 1% no óleo