Dados de área e estoques trimestrais do USDA neutralizam mercado e soja fecha em campo na Bolsa de Chicago nesta 2ª feira

Publicado em 30/06/2025 18:39
No Brasil, com estabilidade na CBOT, semana começou fraca de novos negócios, com produtor ainda reticente e aguardando por direcionamento mais claro dos preços.
Flávio França Jr. - Chefe do Setor de Grãos da Datagro Consultoria
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Dados de área e estoques trimestrais do USDA neutralizam mercado e soja fecha em campo na Bolsa de Chicago nesta 2ª feira

Os preços da soja fecharam o dia com estabilidade na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira (30), porém, com o mercado em campo misto. Enquanto o julho caiu 3,50 pontos e concluiu a sessão com US$ 10,24, o novembro - referência para a safra nova dos EUA - subiu 1 ponto para US$ 10,27 por bushel.

O mercado foi equilibrando os dados trazidos pelos novos relatórios que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe neste início de semana, com dados de área e estoques trimestrais.

Os números de área vieram muito alinhados com os números reportados em março, apontando para uma área de 33,74 milhões de hectares dedicados à soja. Além de apontarem pouca mudança, a estimativa veio dentro das expectativas do mercado.

Leia mais:

+ USDA traz poucas mudanças nas áreas de soja e milho dos EUA, mas espera números menores

Por outro lado, os estoques trimestrais de  soja dos EUA em 1º de junho ficaram acima do esperado e pesaram sobre as cotações na CBOT. Foram reportadas 27,43 milhões de toneladas, contra projeções de 25,85 a 30,75 milhões. Em março, o número era de 51,98 milhões e em junho de 2024, de 26,40 milhões de toneladas.

"Os dois relatórios 'somados' deram um viés negativo para os mercados de soja, milho e trigo. Uma leve alta, nada que altere a curva de preços", explica Flávio França Jr., chefe do setor de grãos da DATAGRO. "Os números não surpreenderam muito e um neutralizou o outro".

O especialista explica ainda que os sinais expressivos de que os EUA terão uma safra cheia nesta temporada ainda mantém o mercado pressionado em Chicago, porém, a demanda começando a melhorar pela oleaginosa norte-americana - com algumas novas vendas de soja em grão e derivados tendo sido informadas pelo USDA nos últimos dias - serve como um pilar importante de suporte para as cotações.

"O mercado está resistindo bem a um ano de safra cheia. Os preços seguem acima dos US$ 10,00 e poderiam estar em patamares diferentes no atual cenário", afirma França.

No Brasil, diante desta estabilidade em Chicago, os preços da soja pouco se alteraram e assim a semana começou com poucos novos negócios sendo registrados. 

Veja a análise completa de Flávio França Jr. no vídeo acima. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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