Usinas não pagam mais pela Bonsucro, desanima os produtores com os custos da certificação e atrasa até a qualidade da cana

Publicado em 14/05/2018 10:26
A cana produzida com sustentabilidade ambiental, social e econômica, sob selo da organização internacional, ajudaria também na gestão da matéria-prima e da propriedade, promovendo o desenvolvimento geral. Só três produtores e duas entidades a possui, mas compradores não pagam mais o bônus. Custo da certificação pode variar de US$ 5 a US$ 10 mil. Orplana pede a volta da parceira com as indústrias.
Bruno Rangel - Presidente da Socicana

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Certificações Bonsucro

 

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Nesta segunda-feira (14), Bruno Rangel, presidente da Socicana, conversou com o Notícias Agrícolas para falar sobre a certificação da Bonsucro, que é a principal para a cadeia sucroenergética, visando verificar todas as condições para uma produção sustentável.

Rangel, que é o representante do conselho da Bonsucro, destaca que a certificação funciona como uma referência para os produtores trabalharem de uma maneira mais eficaz. No dia a dia dos produtores, a sustentabilidade ambiental, social e econômica também acabam orientando na melhora do processo produtivo, aumentando o nível de gestão dos produtores.

Contudo, esse processo é oneroso e apenas três produtores e duas entidades possuem essa certificação na Socicana. Também não é feito o pagamento de bônus por essa certificação, cujo custo pode variar de US$5 mil a US$10 mil.

Na Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri (ASSOBARI), segundo Rangel, há um conhecimento grande a respeito de todo o processo de certificação. Contudo, os produtores não vêm recebendo mais nenhum tipo de prêmio por essa certificação.

Outras associações, neste momento, já estão mudando um pouco a sua mentalidade. "Querendo ou não, ainda somos muito reféns do mercado europeu e asiático, que exigem uma certificação", destaca.

 

Por: Giovanni Lorenzon e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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