Como na soja, adoção de ensaio nacional de cana ajudaria mitigar riscos iguais da seca de 2018, que derrubou variedades campeãs

Publicado em 07/12/2018 09:28
Consultor também nota que é comum unidades alocarem variedades que dão certo em uma área em outras nas quais não estão confortáveis. Além, naturalmente, do conjunto de manejo e práticas que estimulem as variedades serem responsivas em ambientes hostis.
Guilherme Rossi Machado Jr. - Consultor

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Entrevista com Guilherme Rossi Machado Jr. - Consultor sobre a Seca derruba canas campeãs

 

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O estado de São Paulo chegou a registrar mais de 140 dias sem precipitações e acabou comprometendo a produtividade dos canaviais. Para resolver esse problema, o ideal seria adotar um ensaio nacional com a cana-de-açúcar para amenizar os riscos climáticos desfavoráveis na safra.

De acordo com o consultor, Guilherme Rossi Machado Junior, essa estiagem foi muito semelhante a que aconteceu em 1988 que derrubou bastante a produtividade. “Esse problema é bastante cíclico, nos sabemos das dificuldades com as condições climáticas e a cana-de-açúcar e outros cultivos. Neste ano, a falta de chuvas foi a coadjuvante na diminuição de produtividade”, afirma.

Com relação às variedades, o consultor destaca que as mais modernas estão sujeitas a sofrer com as adversidades climáticas já que não haviam passado por uma seca. “Esse fato tem desestimulado alguns produtores e houve uma diminuição de área cultivada em 344 mil hectares”, comenta.

Na última safra, a produção de cana-de-açúcar no estado de São Paulo ficou próxima de 71 toneladas por hectare. “Realmente é uma quebra muito grande se comparada com os anos anteriores sendo que isso é devido a uma serie de fatores além da seca. Dentre os fatores foi o baixo índice de reforma nos canaviais, a longevidade das áreas cultivadas com a cultura e a mecanização”, destaca.

Machado Junior ainda salienta que o país conta com um ensaio nacional para a soja e para o milho, mas não tem para a cana-de-açúcar para devem ser testado em todos os ambientes e os programas de melhoramento. “Isso seria fundamental para saber qual variedade é ideal para cada região”, completa.  

Por: Giovanni Lorenzon e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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