Safra de cana em MS deve ter salto em 21/22 e superar 50 mi t, estima Biosul

Publicado em 27/04/2021 16:32 e atualizado em 28/04/2021 09:23
Apesar de condição favorável ante a temporada anterior, diferente de outros estados do Centro-Sul, cenário climático ainda deverá ser monitorado ao longo dos próximos meses
Roberto Hollanda Filho - Presidente da Biosul

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Entrevista com Roberto Hollanda Filho - Presidente da Biosul sobre a Safra da Cana-de-Açúcar no MS

 

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​A safra 2021/22 de cana-de-açúcar no estado de Mato Grosso do Sul deve ser levemente maior do que a anterior, segundo a primeira estimativa da Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul). O cenário é um pouco diferente do que o registrado em vários outros estados do Centro-Sul com forte impacto da estiagem nas lavouras.

Apesar da perspectiva de uma safra de 50,2 milhões de toneladas de cana, com salto de 2,86% ante o ciclo passado (48,8 milhões de t), as preocupações com o clima também são uma realidade para os produtores do estado, apesar de chuvas recentes. O mix no estado deve ficar em cerca de 74% do total a ser moído para etanol, ante 71,47% na safra passada.

"No final do ano passado e início desse ano foi muito seco, foi mais seco do que o normal... Isso prejudica o crescimento da cana que vai ser moída na safra 2021/22", explica Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul.

A produção de etanol em Mato Grosso do Sul é estimada em 3,05 bilhões de litros, com salto de cerca de 6%, sendo 850 milhões de litros de anidro e 2,2 bilhões de litros de hidratado. Já o açúcar deve ter uma queda de mais de 7% na nova temporada, para 137 mil t, depois de um recorde na última temporada do estado, segundo a Biosul.

Como a moagem da safra no estado ocorre durante todo o ano, o ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) de cana por tonelada é estimado na nova temporada em 138,82 quilos por tonelada, praticamente estável ante o último ciclo de produção.

Acompanhando a expansão da produção de etanol de milho no vizinho Mato Grosso, a Biosul destaca que o estado de Mato Grosso do Sul também caminha nesse sentido. “Nossas associadas têm prestado atenção nesse movimento e investigado a oportunidade de entrar nessa linha de produção. Acredito que ainda esse ano já começamos a produzir”, finaliza Hollanda Filho.

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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