Áreas de cana têm pior frio dos últimos 5 anos; risco de geadas diminui para próximos dias

Publicado em 02/07/2021 16:29 e atualizado em 02/07/2021 17:51
Possíveis danos nas lavouras ainda são acompanhados, pois podem aparecer nos próximos dias. Somar vê amenização do frio nos próximos dias, mas temperaturas podem voltar a despencar no final do mês
Celso Oliveira - Meteorologista da Somar

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Entrevista com Celso Oliveira - Meteorologista da Somar sobre as Condições climáticas para Safra de Cana-de-Açúcar

 

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A safra 2021/22 de cana-de-açúcar segue sendo impactada pelo clima. Depois de estiagem prolongada, com impacto para a produção do novo ciclo da cultura no Centro-Sul do país, nesta semana, áreas produtoras também registraram geadas moderadas e abrangentes por quase todos os principais estados produtores do país.

“Antes dessa geada de 2021, tivemos também em 2019 e em 2016. Por exemplo, se a gente olha Pradópolis (SP), onde fica a maior usina produtora do país, a temperatura essa semana chegou a zero e em 2016 nós tivemos no início de julho -1ºC. A temperatura perto de zero já aumenta o risco da morte da cana”, explica Celso Oliveira, meteorologista da Somar.

Segundo o especialista, neste ano, as geadas atingiram até o estado de Goiás, o que é atípico. “A gente observa uma situação pulverizada, geadas mais abrangentes no Paraná e Mato Grosso do Sul, enquanto que em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, essas geadas aconteceram mais por conta do relevo”, destaca o meteorologista.

Apesar das geadas nas áreas de cana, as possíveis perdas ainda são monitoradas pelos especialistas, já que os impactos costumam aparecer depois de alguns dias. Além disso, o frio já começa a perder forças nos próximos dias, mas no final de junho uma nova queda de temperatura já é monitorada pela Somar Meteorologia.

Após preocupações com a seca nesta nova temporada e os impactos nas lavouras de cana-de-açúcar, algumas chuvas até chegaram a ser registradas em áreas produtoras da cultura no país. No entanto, os volumes entre o final de maio e o início de junho ainda não foram suficientes para recompor o déficit hídrico nas lavouras.

“Conversando com algumas usinas, a situação era mais dramática no Noroeste Paulista e as chuvas foram pouco intensas por lá, muito isoladas, e não reverteram a situação de estiagem”, pontua Oliveira, ressaltando que essa época do ano, normalmente, já costuma ser mais seca. “O que não veio no verão, não será no outono e inverno que consertará”, ressalta.

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