Açúcar finaliza sessão desta 6ª feira com altas de 2% em NY, mas ainda com queda semanal acumulada

Publicado em 26/05/2023 16:16 e atualizado em 26/05/2023 17:59
Sensação do mercado de que o saldo global ficará basicamente voltado para a safra 2023/24 do Centro-Sul, que está em andamento, traz apreensão, de acordo com analista da StoneX
Marcelo Di Bonifacio Filho - Analista em Inteligência de Mercado da StoneX 

Os futuros do açúcar encerraram esta sexta-feira (26) com altas expressivas nas bolsas de Nova York e Londres, mas o acumulado semanal foi novamente negativo. Apesar de um avanço de safra no Centro-Sul do Brasil, que pressionaria os preços, o mercado se preocupa com a dependência global com a safra brasileira.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve valorização 2,17% no dia, negociado a 25,37 cents/lb, com máxima em 25,64 cents/lb e mínima de 24,71 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve alta de 1,65% no dia, cotado a US$ 708,50 a tonelada.

"Hoje, é mais um rebote de preços que vinham em queda... A oferta global no resto do mundo não está respondendo, não está seguindo esse mesmo otimismo do Centro-Sul, que o mercado do açúcar passa depender quase que exclusivamente", disse em entrevista nesta sexta-feira ao Notícias Agrícolas Marcelo Di Bonifacio Filho, analista da StoneX.

Depois de um início de safra lento no mês de abril, a moagem de cana-de-açúcar e a produção de açúcar na primeira quinzena de maio totalizou 2,53 milhões de toneladas. Um salto de mais de 50% ante o mesmo período da safra anterior, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).

No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 4,06 milhões de toneladas, contra 2,74 milhões de toneladas do ciclo anterior (+48,04%).

O financeiro também contribuiu para a valorização do açúcar nas bolsas internacionais nesta reta final de semana. O petróleo operava nesta tarde com alta de mais de 1%, o que tende a impactar nos preços dos combustíveis e também influencia na decisão das usinas sobre a produção de açúcar ou de etanol. Além disso, o dólar fechou com desvalorização sobre o real, o que tende a desencorajar as exportações, mas dá suporte aos preços externos.

MERCADO INTERNO

Os preços do açúcar no físico têm trabalhado sem tendência definida, inclusive com altas em alguns momentos mesmo com a safra em andamento, o que teoricamente contribuiria para maior disponibilização de oferta. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP) destacou neste início de semana que ainda há poucos lotes do adoçante de alguns tipos.

No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 148,48 a saca de 50 kg com desvalorização de 0,50%.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 162,41 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 26,50 c/lb e desvalorização de 2,53%.

 

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