CAFÉ: Mais uma semana de desorientação e guerra de boatos

Publicado em 25/06/2012 07:27
Atordoante e irracional. Foi o mais brando que ouvimos sobre o comportamento das cotações no
mercado futuro de café, em mais uma semana de desorientação e guerra de boatos. Na ICE Futures US,em Nova Iorque, os contratos de café com vencimento em setembro próximo fecharam na segunda-feiracom baixa de 50 pontos; na terça-feira com alta de 730 pontos; na quarta com baixa de 640 pontos;ontem, quinta-feira, com alta de 640 pontos e hoje com baixa de 290 pontos. Todo este forte sobe e descenão teve origem em notícias sobre o mercado de café, mas sim na insegurança dos operadores com asdesencontradas informações sobre o andamento das negociações destinadas a dar um rumo às economiasda zona do euro.

Esta insegurança levou operadores de fundos de investimentos e também especuladores a
derrubarem as cotações das commodities agrícolas por todo o semestre, sendo que as do café já recuaram 31% desde o início do ano.

O quadro nas bolsas se complica com a ausência de muitas indústrias. Com as contraditórias
informações sobre o tamanho da nova safra brasileira de café, em processo de colheita, e as incertezas sobre o futuro do euro e seus reflexos na economia mundial, elas optam por usar o que resta de seusestoques, adiando novas compras o máximo que podem. Ganham tempo para aguardar uma melhor definição do quadro.

O problema acaba sobrando para o cafeicultor brasileiro que em plena colheita, período de fortes
despesas, assiste impotente o derretimento das cotações, que está transferindo para os compradores os resultados de um ano de trabalho e de muitos anos de investimento. Repetimos o que dissemos em nosso último boletim. Em nossa opinião, em uma crise impar como a atual, é necessária uma rápida ação das lideranças e do governo brasileiro para defender a cafeicultura brasileira. É preciso estancar as perdas e dar sustentação aos preços na entrada no mercado da nova safra de café.

As fortes e prolongadas chuvas sobre muitas das principais regiões produtoras de café prejudicam
os trabalhos de colheita e já causam perda de qualidade irreversível em parte significativa da nova safra.

Até o dia 21, os embarques de junho estavam em 668.472 sacas de café arábica e 98.881 sacas de café conillon, somando 767.353 sacas de café verde, mais 63.276 sacas de café solúvel, contra 994.341 sacas no mesmo dia de maio. Até o dia 21, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 1.354.961 sacas, contra 1.576.191 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 15, sexta-feira, até o fechamento de hoje,
sexta-feira, dia 22, subiu nos contratos para entrega em setembro próximo, 390 pontos ou US$ 5,16 (R$ 10,66) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 15 a R$ 410,17/saca e hoje, dia 22, a R$ 424,62/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 290 pontos. No mercado semi-paralisado de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2011/2012, condição porta de armazém:

R$380/390,00 - FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$370/380,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$360/370,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$350/360,00 - RIADOS.
R$330/340,00 - RIO.
R$330/340,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$320/330,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.

Os cafés cereja descascado (CD) bem preparados, valem R$ 380,00/390,00 por saca.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 2,0650 PARA COMPRA.
Fonte: Escritório Carvalhaes

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