No etanol, eficiência não é opção: É a base de sustentação.

Publicado em 17/10/2025 09:09

Montar uma usina de etanol de milho é um dos investimentos industriais mais intensivos  em capital do agronegócio moderno. Não há espaço para amadorismo. Cada decisão, do  projeto à operação, precisa ser guiada por eficiência, precisão e estratégia. E isso começa  com um princípio inegociável: contratar os melhores profissionais disponíveis no mercado. 

Empresários que pensam grande sabem que não se constrói uma operação bilionária  com improviso. A usina precisa ser desenhada para operar com excelência desde o  primeiro dia. Isso significa investir em automação industrial, controle avançado de  processos, sistemas de cogeração e integração total com a cadeia agrícola. A tecnologia  não é um luxo, é o que separa os projetos que prosperam dos que fracassam. 

A eficiência operacional é o coração da rentabilidade. Usinas de alto desempenho no  Brasil e nos Estados Unidos estão operando com margens sólidas porque dominam cada  etapa do processo: recepção do milho, moagem, fermentação, destilação,  aproveitamento de subprodutos e expedição. Tudo monitorado em tempo real, com  manutenção preditiva e gestão de dados integrada. A indústria 4.0 não é tendência, é  necessidade. 

Mas tecnologia sem gente capacitada é só sucata cara. A equipe técnica precisa ser  formada por profissionais com experiência em bioenergia, engenharia de processos,  automação e gestão industrial. A capacitação contínua é um pilar estratégico. Empresas  que negligenciam isso acabam pagando caro em paradas, desperdícios e falhas  operacionais que comprometem toda a cadeia. 

Outro ponto crítico é a logística. Usinas eficientes não dependem de longas rotas de  abastecimento. Elas se conectam diretamente ao campo, com contratos bem  estruturados e inteligência territorial. Isso reduz custos, aumenta a previsibilidade e  fortalece a segurança do suprimento. A integração com o agronegócio local é uma  vantagem competitiva que precisa ser explorada com visão estratégica. 

No cenário global, as melhores práticas vêm de operações que tratam cada litro de etanol  como um ativo de alto valor. Elas aproveitam todos os subprodutos — DDG, óleo de  milho, CO₂, energia, cinzas, — e transformam resíduos em receita. Elas operam com  metas claras de produtividade, sustentabilidade e retorno sobre investimento. E elas não  toleram ineficiência.

Usina de etanol de milho, este é um jogo de alta performance. Não há margem para erro.  O projeto precisa nascer eficiente, operar com excelência e evoluir com inteligência. E  isso só acontece quando se junta capital, tecnologia e gente boa. Aqui apenas o risco é  desnecessário.

Diego J. Maronesi – Consultor agroindustrial 

Fonte: Diego J. Maronesi

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