Gene digital, por José Luiz Tejon Megido

Publicado em 19/09/2016 15:51
José Luiz Tejon Megido é Conselheiro Fiscal do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM.

Aconteceu amigos. Agora está sendo criada o que os presidentes da Bayer e da Monsanto chamam de uma Líder Global na Agricultura. A Bayer fez uma oferta pela Monsanto com 44% de Premium Price por cada ação. E isso significara o que? Simplesmente uma corporação de vinte e três bilhões de euros de faturamento, com um investimento conjunto em ciência e tecnologia, ou seja, pesquisa e desenvolvimento de mais de dois bilhões e meio de euros anuais.

A Bayer é protagonista e uma das líderes mundiais em agroquímicos, com história e presença no Brasil há décadas. E a Monsanto hoje reúne a maior competência mundial nas novas sementes e engenharia genética, ou seja, nos organismos geneticamente modificados.

Dessa forma, o mundo se transforma a todo instante, e com essa aquisição e reunião de duas gigantes mundiais no antes da porteira das fazendas, ciência e tecnologia para o campo, agora mudou mesmo. A revolução ocorrerá não apenas nas teses, mas na realidade, assim como temos agora a Syngenta, pertencendo aos chineses, o nosso maior cliente atual.

Os presidentes, Werner Baumann da Bayer e Hugh Grant da Monsanto, apresentaram ontem para o mundo este acordo, e oferecem o site www.advancingtogether.com para todos que desejarem conhecer no detalhe a operação, e também para todos os acionistas envolvidos e interessados.

Nas estratégias apresentadas, além do compromisso com o mais proeminente e importante mercado do mundo, o agronegócio, surge também a proposta para a criação de uma plataforma de agricultura digital.

E como isso influência no agro brasileiro? Em tudo, influenciará na distribuição, nos canais, nos recursos humanos de campo, e na educação. O desafio de todos os desafios estará em como preparar e educar pessoas e produtores rurais para essa mega mudança.

E, fica também aqui um aviso importante para os líderes do agro Brasileiro, precisaremos cada vez mais de inteligência nacional e tropical, para pelo menos podermos conversar, dialogar com a dimensão de Bayer e Monsanto, além de outras, no mesmo nível intelectual. Ou seja, o Brasil precisará acompanhar esse estado da arte da alta ciência para tratarmos do sagrado conhecimento da nossa agricultura tropical e dos interesses maiores do Brasil, nas prioridades dos investimentos, dessa agora, potencial real líder global da agricultura do antes da porteira.

O mundo já mudou e o agro nunca mais será o mesmo. Virou gene digital.

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Fonte: CCAS

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