Assassinos do Parque, por Osvaldo Piccinin

Publicado em 02/06/2014 11:23
Osvaldo Piccinin, engenheiro agrônomo, formado pela USP-Esalq, em 1973. Natural de Ibaté, é empresário e agricultor e mora em Campo Grande/MS.

Como já escrevi em outra crônica, sou um admirador e apaixonado pelo Parque das Nações Indígenas, que para mim se chamaria Pedro Pedrossian. Gosto e tenho prazer em fazer minhas caminhadas observando as árvores em crescimento e a exuberante fauna silvestre. 

Acompanhei de perto seu nascimento e sigo acompanhando sua formação, que por sinal, a cada dia fica mais rica, principalmente pelo crescimento das árvores ali plantadas, tendo o belíssimo Ipê, como cartão postal.

Tenho observado ultimamente, uma imigração muito grande de pássaros e outros animais para os centros urbanos. Muitos dizem que isso ocorre pelo fato do homem estar destruindo seu habitat natural. 

Outros dizem acreditam que é pelo fato de se sentirem mais protegidas com relação aos ataques dos inimigos naturais. Eu também acredito nestas hipóteses, mas devem existir outras, como - alimentação farta nas cidades e pouca agressão do homem. Em  minha casa, um casal de araras Canindé,  cria seus filhotes há quatro anos. Na palmeira seca palmeira elas pacientemente, por pelo menos um mês, fizeram seu ninho após expulsarem um casal de pica- paus.

É a natureza vindo pra cidade e tornado-se cada dia mais urbana, pelo menos em Campo Grande temos este privilégio. Sorte nossa poder curtir as araras, tucanos e tantos outros sobrevoando nossos parques e embelezado nossa capital morena.
Continuando a conversa sobre o parque, entristeço-me ao ver pessoas ignorantes e de má índole convivendo entre nós. Falo dos vândalos que destroem o patrimônio público, com prazer, e os assassinos dos Ipês. No entorno do parque, praticamente todos os bancos de cimento, foram destruídos de forma brutal. 

Para estes vândalos, caso pegos em flagrante, minha receita é uma só: aplicar-lhes uma surra com vara de marmelo à moda antiga, e um banho de salmoura em seguida. Além de alguns bons dias de cadeia. 

O município deveria pagar uma recompensa para quem denunciasse estes criminosos. Caso não se tome nenhuma providencia o nome de “Capital dos Ipês”, como quer nosso governador, será adiado “ad eternun”, e as mais de dez mil árvores plantadas nas saídas da cidade, continuam correndo sério risco de extermínio.

Há trinta anos, algum maluco inventou que o chá da casca do ipê roxo era bom pra curar câncer e  impotência sexual. Que tragédia! A pobre  árvore nunca mais teve sossêgo! Deveria surgir outro maluco para dizer que o chá causa sim é impotência sexual. Quem sabe parariam de destruí-las.

Eu contei mais de cem árvores jovens mortas com a casca do troco totalmente retirada. Infelizmente não teremos outra opção a não ser replantar as arvorezinhas mortas.  Sugiro que a administração do parque tome estas providencias rapidamente para que estas ainda possam crescer e florescer mais ou menos junto com as que lá sobraram.

Aos assassinos do parque, deixo aqui minha indignação e repúdio pela maldade cometida, e torço, sinceramente, que algo mais severo seja criado para que estes vagabundos sintam no lombo a mesma dor que as árvores sentiram no tronco e os cidadãos de bem, no coração.
“Todo mundo fala em deixarmos um mundo melhor para nossos filhos. Na verdade deveríamos tentar deixar filhos melhores para o nosso planeta”.

Abaixo os assassinos dos ipês!

osvaldo.piccinin@agroamazonia.com.br

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Fonte: Osvaldo Piccinin

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