Índios espancam vigilante e queimam casas no Rio Grande do Sul

Publicado em 21/11/2013 17:23 e atualizado em 22/11/2013 16:04
no blog Questão Indígena

A confusão começou após uma briga entre o porteiro do balneário turístico Águas do Prado, que está localizado em uma área em disputa, e um grupo de índios. O homem tentou entrar em uma viatura da polícia que passava pelo local, mas foi acuado e espancado pelos indígenas. A viatura também foi depredada. O homem ficou ferido e os policiais o levaram para um hospital em Caiçara, mas, devido a gravidade das lesões, ele foi transferido para Frederico Westphalen.

Após a briga, os indígenas bloquearam a RS-150 e decidiram invadir o empreendimento. Eles destruíram a portaria e atearam fogo em uma das 174 cabanas do local, normalmente ocupadas durante o verão. Família hospedadas no local fugiram aterrorizadas com a ação dos índios.

Segundo informações do capitão Vicente Antonio Scartassini, subcomandante do 37º batalhão da Brigada Militar, como disputam as terras, os índios resolveram passar a noite na área. "Ambas as partes acham que tem razão e fica sem um consenso, cada um acha que a terra é sua e nós ficamos no meio do conflito", diz o capitão.

Foi solicitada a presença da Fundação Nacional do Índio (Funai) para mediar o conflito, o que deve ocorrer nesta quinta-feira pela manhã. 

“Fui agredido com pedras, flechas e facão”, diz vigilante de área invadida por índios em Vicente Dutra

 
Homem sofreu ferimentos graves e está internado no Hospital Divina Providência, em Frederico Westphalen
Bueno foi hospitalizado após ser ferido por grupo de indígenas em Vicente Dutra
Foto: Diogo Zanatta / Especial
Com ferimentos na cabeça, nas costas e um corte profundo no braço, o vigilante Altair dos Santos Bueno, 48 anos, achou que não teria forças para pedir ajuda. Ele foi agredido por cerca de 50 índios ao tentar evitar que o balneário de águas termais onde trabalha fosse invadido, em Vicente Dutra, no norte do Estado.
O estabelecimento turístico Associação dos Amigos das Águas do Prado fica dentro de em uma área de 700 hectares reivindicada pelos índios. O local tem mais de 150 cabanas e atrai cerca de 15 mil visitantes por ano. No entanto, a área já foi declarada como terra indígena Rio dos Índios e está em processo de demarcação.
Segundo o vigilante, os índios chegaram ao local por volta das 19h de quarta-feira. Um dos carros do grupo teria colidido com um dos veículos que estava estacionado no local. Ele conta que deixou a guarita onde trabalha e foi ao pórtico de entrada do estabelecimento para ver o que estava acontecendo. Em seguida, teria sido agredido. Sofreu ferimentos graves na cabeça e foi socorrido pela Brigada Militar.
Bueno recebeu os primeiros atendimentos no hospital de Caiçara, cidade vizinha a Vicente Dutra, mas foi transferido para ao Hospital Divina Providência, em Frederico Westphalen, onde ainda está internado nesta quinta-feira.
Com muita dor no corpo e dificuldade para falar devido aos dentes quebrados e aos ferimentos na boca, o vigilante, que também é agricultor, contou a Zero Hora como a agressão aconteceu.
Zero Hora – Como o conflito começou?
Altair dos Santos Bueno - Os índios chegaram no balneário pouco depois que eu assumi o serviço, às 19h, e um dos carros deles bateu em outro que estava estacionado. Eu decidi sair da guarita e ir ver o que estava acontecendo. Perguntei para eles o que estavam fazendo e eles disseram que era para eu sair se não iria sobrar para mim. Em seguida, eu fui agredido com pedras, flechas e facão. Levei muitas pedradas nas costas e na cabeça e depois fui ferido com um corte de facão no braço. Achei que não teria forças para pedir ajuda e pensei que se ficasse lá eu iria morrer.
Zero Hora – E como você conseguiu pedir ajuda?
Bueno - Eu acho que um dos vizinhos viu que eu estava apanhando e chamou a Brigada Militar. Quando ouvi a sirene da polícia, senti um alívio. Comecei a correr em direção à viatura para pedir abrigo, mas a dor era tanta que eu achei que não fosse conseguir chegar até eles. Os policiais abriram a porta e eu entrei no carro, mas os índios vieram atrás de mim. Eles cercaram o carro e quebraram os espelhos e os vidros da viatura da Brigada Militar. Eu só queria sair dali e ficava dizendo para os policiais andarem logo, mas eles ficaram parados um tempo até os índios saírem. Depois me levaram para o hospital.
Zero Hora – Qual o motivo para que eles agredissem o senhor ?
Bueno - Acho que foi porque sou vigilante do balneário e também tenho uma propriedade de 37 hectares nas terras que eles querem. Moro na cidade e trabalho à noite no balneário, mas também sou agricultor. Planto fumo, feijão e tenho uma pequena produção de leite. Estou preocupado porque amanhã era o dia em que eu começaria a colher o fumo.
Zero Hora – Toda a propriedade está na área reivindicada pelos índios?
Bueno - Sim, eu perderia tudo. Além a propriedade, tenho uma cabana no balneário. O governo tem que dar um jeito nisso. Não posso ficar sem trabalhar, tenho sete filhos para criar. (Fonte: Zero Hora).
 
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Índios queimam ponte e exigem pick-ups Hilux para liberar construção de estrada no Mato Grosso 

Índios Tapirapés atearam foto à ponte sobre da MT-100, em Luciara, no Mato Grosso. Os índios dizem que o Deputado estadual Baiano Filho teria prometido algumas camionetes Hilux que ainda não chegaram, e por esse motivo a comunidade indígena decidiu atear fogo na Ponte sobre o Rio Tapirapé.

Em reunião realizada recentemente na Aldeia Urubu Branco, os índios cobraram melhorias nas estradas que ligam a Aldeia e pressionaram os prefeitos presentes na reunião da qual participou o Deputado Baiano Filho. “Vocês querem fazer essa estrada aqui para que, se as estradas que já existem vocês não dão manutenção”, perguntou um dos Caciques que estava presente no encontro.

Na oportunidade os índios ameaçaram queimar a ponte. “Nossa cultura vive de caça e pesca, com a Estrada da MT 100 e a ponte sobre o Rio Tapirapé, em breve vamos ficar sem peixe no rio porque o homem branco vem e pega tudo, então temos que ter uma compensação, porque o homem branco só pensa em progresso, mas e a natureza como fica?”, questionou outro indígena. Segundo relatos de testemunhas, os índios exigiram 45 mil cabeças de gado como forma de compensação, mas trocaram o mimo pelas pick-ups.

Após um mês da reunião sem que os carros fossem entregues os índios cumpriram a promessa e atearam fogo na ponte.

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Expulsão de agricultores da Terra Indígena Awá-Guajá no Maranhão é destaque no Deutsche Welle

De acordo com o portal de notícias da Alemanha, Deutsche Welle, a operação de retirada dos produtores rurais da terra indígena Awá-Guajá deve acontecer em dezembro e pode resultar em conflito armado. Segundo o portal, a Funai reconhece a situação, mas levará a cabo a operação de desintrusão.

Cerca de 1.200 famílias vivem no local e serão expulsas pelo Governo. Uma equipe da Funai já esteve no local junto com autoridades policiais e do Exército para determinar a estratégia da chamada desintrusão – um eufemismo para expulsão dos cidadão não índios. A operação, deve mesmo acontecer em dezembro entre o Natal e o feriado de ano novo para fugir da atenção da mídia.

Ainda segundo o portal, a Funai, em Brasília, não confirma datas para a operação de expulsão dos agricultores, mas assegura que a eles trazem "graves prejuízos para a sobrevivência dos Awá".

A missionária Madalena Borges Pinheiro, do Cimi do Maranhão, também está na expectativa de que as ações de desintrusão ocorram até o final do ano. Segundo ela, a questão territorial é o problema mais sério enfrentado por esse grupo, que ainda mantém hábitos nômades. 

"Os índios Awá-Guajá precisam de ajuda. Eles só têm uma flechazinha que eles fazem há mil anos. Eles precisam de nós", disse José Pedro dos Santos, da Frente de Proteção Etnoambiental Awá-Guajá da Funai, em entrevista ao Deutsche Welle Brasil.

Ironicamente, o portal faz referência à matéria de de treze páginas da tradicional revista Vanity Fair, que chega às bancas em dezembro, na qual o jornalista Alex Shoumatoff confessa que tentou entregar munição de grosso calibre aos índios.

O portal mostra ainda a opinião de Sarah Shenker, ativista da ONG Survival International. Shenker explica que a questão territorial é fundamental para esse grupo indígena. "A terra Awá está sendo devastada muito rapidamente", diz a ambientalista.

Madalena conta que os Awá não entendem exatamente o trabalho que as entidades internacionais fazem em nome deles. Ela própria elogia a atuação da Survival International e diz que sem pressão internacional a solução para o problema é mais complicada. Conforme Sarah Shenker, este é exatamente o papel da Survival e que a ONG está pressionando o governo brasileiro para que expulse os não índios do local.

Confissão

O Deutsche Welle afirma que o ensaio fotográfico feito por Sebastião Salgado junto aos índios Awá foi uma "parceria" com a ONG Survival para que a situação dos Awá seja conhecida mundo afora. A entidade explica que apoiou a logística da reportagem mas que o financiamento do trabalho foi discutido entre a revista e o fotógrafo. 

A visita de Sebastião Salgado aos índios Awá foi acompanhada pela jornalista e ativista ambiental Mirian Leitão e resultou em uma longa reportagem ilustrada publicada no jornal edição de domingo do Jornal O Globo.

O Questão Indígena antecipou na ocasião que a visita de Sebastião Salgado e Mírian Leitão era parte de uma estratégia internacional de comunicação do indigenismo.

 

Governo de Santa Catarina anuncia compra de terra para índios como solução do conflito no estado. 

Só falta combinar com a Funai

O Governo de Santa Catarina anunciou, nesta quarta-feira, 20, a compra de 800 hectares de terra no oeste do estado, para abrigar as cerca de 30 famílias de índios Guarani, que ocupam uma área cedida pela tribo Kaingang, em Chapecó. A compra custará R$ 8 milhões em recursos do Governo do Estado. A decisão foi tomada durante reunião, em Florianópolis, com representantes do Governo e agricultores de Cunha Porã e Saudades ligados à Fetaesc e à Fetraf Sul.

A solução proposta pela Funai foi a demarcação da Terra Indígena Guarani de Araçaí com 2.700 hectares onde vivem e trabalham 170 famílias de pequenos agricultores que têm as escrituras de suas terras. O processo da Funai culminaria com a expropriação desses agricultores e a expulsão deles da terra para o assentamento dos índios. A demarcação, no entanto, foi parar na Justiça gerando tensão entre os índios e os agricultores.

"Com a boa vontade de evitar conflitos e fazer com que as pessoas vivam melhor, o governador Raimundo Colombo determinou a aquisição de uma área de terra em Bandeirante que será transformada não em área indígena e não em uma aldeia, mas em uma comunidade rural para os índios. É a primeira vez que um Governo do Estado adquire um terreno para solucionar o impasse", explicou o secretário de agricultura do Estado, João Rodrigues.

Rodrigues lembra que houve demora para a compra do terreno por conta da longa negociação com os donos da propriedade, que não aceitavam o valor proposto pelo Estado. Ele salienta também que existia um acordo prévio do Governo Federal de repassar R$ 10 milhões para compra do terreno, mas que isso não foi concretizado. “Isso não impediu a solução do problema. Aceitamos a proposta da família da área e agora a parte do Governo do Estado está concluída. Agora cabe a Funai em concretizar a transferência dos índios”, disse Rodrigues.

O presidente do movimento de Defesa da Propriedade, Dignidade e Justiça Social, Paulo Huf, disse que os agricultores estavam com muita expectativa para que os impasses fossem resolvidos. “O Governo do Estado cumpriu com sua palavra e agora vamos aguardar a parte da Funai em transferir os índios. A gente entende a burocracia para concretização das negociações, mas há muitas pessoas preocupadas com a demora. Agora, ficamos mais tranquilos”.

Confira abaixo mais imagens:

Fonte: Blog Questao Indigena

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