Sua produtividade paga seu custo? – Em busca do equilíbrio, por Daniel Barros

Publicado em 20/06/2014 09:36 e atualizado em 23/06/2014 13:14

Uma informação importante na análise produtiva e financeira dos negócios agropecuários é o ponto de equilíbrio (PE). O PE indica o ponto mínimo em que a empresa deve operar para não ter prejuízo e é encontrado a partir da análise dos custos totais e receita bruta.

Quando a receita bruta, ou seja, quantidade produzida x preço de venda se iguala aos custos variáveis e despesas fixas, consideramos que a empresa chegou ao ponto de equilíbrio.

O Ponto de equilíbrio pode ser alcançado basicamente de duas formas, aumentando a receita bruta ou diminuindo os custos de produção.

Com relação à receita, podemos aumentar a produtividade e/ou o preço de venda.

No agronegócio, os produtores são ‘’tomadores’’ de preço, ou seja, quem decide o preço é o mercado, não o produtor.

Isto exige que a gestão de custos e os controles sobre a eficiência produtiva sejam realizados da forma mais eficiente possível, visto que o mercado não altera os preços baseados nos custos de produção e sim em fatores de oferta e demanda.

Um exemplo disto é a bovinocultura de corte, onde o preço do boi gordo ‘’top’’, com certificação das associações de raça, rastreabilidade, dentição, peso de carcaça e gordura adequada é, em média, apenas 10% superior ao do boi comum. A bonificação de 10% é importante e deve ser procurada pelos produtores, porém fatores vinculados à produtividade normalmente garantem um incremento maior à receita liquida do negócio.

A tabela 1 simula as mudanças de receita bruta por hectare de acordo com variações no preço e na produtividade. Os preços utilizados são meramente ilustrativos, e as produtividades são passíveis de serem encontradas em sistemas pecuários no Rio Grande do Sul.

Tabela 1. Variação da receita bruta por hectare de acordo com as hipóteses de oscilações de preço e/ou de produtividade.
Preço boi gordo (kg vivo) Produtividade por hectare (kg)

É nítido que o grande diferencial na receita acontece quando aumentamos a produtividade do sistema, entretanto, esta não deve ser buscada cegamente, pois o custo de produção pode aumentar em níveis ainda maiores.

No Rio Grande do Sul possuímos vários exemplos de propriedades que aumentaram a produtividade sem mudanças radicais nos custos de produção. Tecnologias de custo zero como ajuste de lotação, priorização de categorias animais e estação de monta definida podem incrementar os níveis de produtividade.

Neste mesmo sentido, existe uma infinidade de tecnologias e insumos que podem ser utilizados de forma sinérgica.

O cálculo dos custos de produção em conjunto com técnicas que melhorem a eficiência produtiva são os elementos chave para alcançarmos resultados econômicos satisfatórios em busca do equilíbrio.

Fonte: Lance Agronegócios

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